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Economia
Quinta - 25 de Setembro de 2008 às 16:26
Por: Alexa Salomão

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Estudo revela que em média 57% da renda dos brasileiros é drenada pelo Estado e suas ineficiências. A parcela mais penalizada da população são as famílias de classe média.

O trabalhador médio brasileiro paga anualmente em impostos o equivalente a cinco meses de trabalho. Cerca de 40% de sua renda é consumida por vários tipos de impostos - o de renda, cobrado na folha de pagamento dos que têm carteira assinada, o de patrimônio, como o IPTU, e o de consumo, embutido em todos os produtos comprados no país, do feijão com arroz no supermercado, ao tênis, o aparelho de televisão e o automóvel. Os dados fazem parte do já tradicional estudo sobre gastos com tributos, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

O estudo também indica que como os impostos são mal aproveitados pelos governos municipais, estaduais e federal, o brasileiro precisa trabalhar mais 30 dias por ano só para pagar por serviços que o Estado não consegue oferecer com qualidade - apesar de ser sua obrigação. Na lista estão os gastos com escolas particulares (pois as públicas não oferecem ensino de qualidade), com planos de saúde (já que o sistema de saúde pública está superlotado) e até os gastos com pedágio (uma vez que os tributos para a manutenção das estradas também são direcionados para outros fins que não o de infraestrutura viária). Ao final, em média quase 57% da renda do brasileiro é drenada pelo Estado e suas ineficiências.

A parcela mais penalizada da população são as famílias de classe média, com renda entre R$ 3.000,00 e R$ 10.000,00. Cerca de 74,4% do rendimento e 272 dias de trabalho por ano são consumidos pelo pagamento de impostos e de serviços que o Estado deixa de oferecer com qualidade. Os mais ricos, com rendimento acima de R$ 10.000, também fazem um desembolso elevado: 73,8% da renda e 269 dias de trabalho. Isso não que dizer que os mais pobres são poupados e que se faz justiça social no Brasil por meio da cobrança de tributos. O Estado consome metade da renda das famílias que ganham menos de R$ 3.000,00 reais.

Ao final, o brasileiro médio só começa a trabalhar para comer, vestir, morar, adquirir bens, divertir-se e fazer alguma poupança em primeiro de outubro.

A parcela da renda comprometida com o pagamento de impostos cresceu a media que o Estado brasileiro foi perdendo eficiência. Nos anos 70, o pagamento de tributos consumia 7% da renda e 25 dias de trabalho - e os serviços públicos então tinha qualidade. As escolas públicas estavam entre as melhores do país. Nos anos 80, quando o Brasil deu o calote na dívida externa e o país entrou em recessão econômica, os impostos passaram a abocanhar 14% da reda e 51 dias de trabalho. O grande salto na cobrança de impostos ocorreu após o plano Real e a estabilização da moeda. O fim da inflação revelou as ineficiências na gestão de organismos públicos e de empresas privadas. Enquanto as empresas privadas passaram por um profundo ajuste - muitas quebraram e foram vendidas - o Estado até hoje protela suas reformas e opta por arrecadar para manter a máquina pública intocável.





Fonte: Globo.com

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