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Economia
Quinta - 18 de Outubro de 2007 às 13:00

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O Brasil já exportou em 2007 mais que o dobro do milho exportado no ano passado, mas avista alguns desafios para manter o nível de vendas externas do cereal em 2008, como a eventual preferência do Irã por outras origens e a possível liberação de compras transgênicas pela União Européia, disseram corretores.

O Irã é o principal comprador de milho do Brasil, importando 2,7 milhões de toneladas no acumulado do ano, ou mais de 30% dos embarques totais até meados de outubro (8,4 milhões de toneladas), segundo dados apurados nos portos por uma corretora.

Essas compras no Brasil se deram mais em função de problemas políticos do país islâmico com exportadores como Estados Unidos e Argentina. Mas, segundo traders, a escalada de preços mundiais poderia levar iranianos a passarem por cima das desavenças com os dois fornecedores em 2008.

"O Irã já deveria estar comprando (milho brasileiro para o ano que vem), e até agora não deu sinal de vida", disse um corretor em São Paulo, que pediu para não ser identificado.

Ele observou ainda que o Irã, por outro lado, já comprou o grão dos Estados Unidos para entrega no ano que vem.

O milho do Brasil, não-transgênico, está cotado atualmente em US$ 245 por tonelada, na base FOB, contra cerca de US$ 175 registrados nos EUA e na Argentina, na mesma base.

Esse prêmio para o produto brasileiro, que ajuda nas exportações de um país com a moeda valorizada frente ao dólar, formou-se pela maior procura de países europeus que não compram grãos transgênicos dos EUA e da Argentina.

E fontes do mercado avaliam que o outro desafio a ser enfrentado pelo milho brasileiro em 2008 tem a ver justamente com a transgenia, pois a União Européia, em função dos altos preços e de uma oferta menor no continente, poderia aprovar a importação de grãos geneticamente modificados.

"Ainda é um pouco cedo para dizer, mas outro ponto é que não sabemos o que vai acontecer com a União Européia, isso pode dificultar para nós", acrescentou.

Os países da União Européia, juntos, compram mais milho que o Irã. Só para a Espanha os embarques somam este ano 2,3 milhões de toneladas. Os espanhóis são seguidos por Portugal, com compras de 460 mil toneladas, Holanda (410 mil toneladas), Itália (343 mil toneladas), França (256 mil toneladas) e Grã-Bretanha (163 mil toneladas).

Até o final do ano, o Brasil deverá exportar pelo menos 10 milhões de toneladas, contra 4 milhões de toneladas em 2006.




Fonte: 24 Horas News

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