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Economia
Sexta - 10 de Maio de 2013 às 21:49
Por: ESTELITA HASS CARAZZAI

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O tão aclamado legado da Copa do Mundo às cidades brasileiras será cerca de 15% menor do que o anunciado.

No último ano, segundo levantamento da Folha, ao menos dez grandes obras que integravam o PAC da Copa foram excluídas do programa, devido ao aumento nos custos ou à impossibilidade de conclusão até junho de 2014.

Outros dois projetos foram alterados e diminuídos para evitar o mesmo problema.

No total, são R$ 5,4 bilhões em investimentos inicialmente anunciados que deixarão de ser executados, a maioria em obras de mobilidade urbana, como o monotrilho de Manaus e o acesso ao aeroporto de Salvador.

O volume representa cerca de 1/6 do total de gastos previstos no PAC da Copa, que hoje somam R$ 25 bilhões.

A maior parte dos projetos foi realocada em outros PACs, mas as obras só serão concluídas depois de 2014.

  Editoria de Arte/Folhapress  

DIFICULDADES

Na maioria dos casos, entraves burocráticos e legais, além de erros nos projetos, impediram o andamento das obras de acordo com a expectativa inicial do governo.

Em Natal (RN), por exemplo, a reestruturação da avenida Roberto Freire estava orçada em R$ 47 milhões, mas revisões no projeto, que foi considerado "tecnicamente inviável", elevaram o custo para R$ 200 milhões.

Agora, a obra somente deve ser concluída em 2015.

Em Manaus (AM), as duas obras de mobilidade urbana previstas para a Copa foram questionadas pelo Tribunal de Contas do Estado, que apontou erros nos projetos. As correções foram feitas, mas sob pena de impedirem o cumprimento do prazo.

O VLT (veículo leve sobre trilhos) de Brasília, que ligaria o aeroporto à Asa Sul, também foi excluído por irregularidades na licitação, que causaram a anulação de todo o processo em 2011.

No Paraná, a reestruturação da avenida Cândido de Abreu acabou perdendo o financiamento federal por desistência da Prefeitura de Curitiba. O orçamento inicial era de R$ 5 milhões, mas revisões do projeto subiram o valor para R$ 26 milhões.

A prefeitura, assim, teria que gastar 83 vezes mais do que o previsto, já que o custo extra seria assumido por ela.

ACORDO DE EXCLUSÃO

As exclusões são feitas em comum acordo entre os governos locais e o federal, já que há uma exigência de que todas as obras incluídas no PAC da Copa sejam concluídas até maio de 2014.

Caso contrário, os gestores podem perder o financiamento federal e responder judicialmente pelo atraso.

O balanço dos governos, ainda assim, é positivo.

"A Copa continua tendo um legado importante, porque promoveu e viabilizou financiamento para essas obras", diz o coordenador do grupo gestor da Copa no Amazonas, Miguel Capobiango.






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