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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 24 de Setembro de 2007 às 20:09

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NOVA YORK, 24 Set 2007 (AFP) - O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, criticou nesta segunda-feira os governos americano e francês por falar de guerra contra o Irã e negou apoiar o terrorismo, em sua primeira visita aos Estados Unidos.

"Pensamos que falar em guerra é um instrumento de propaganda. Por que razão haveria a necessidade de uma guerra?", perguntou o líder iraniano durante uma videoconferência com o clube nacional da imprensa de Washington.

O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, declarou há uma semana que a França deveria se preparar "para o pior" no Irã, ou seja, se preparar para a guerra. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vem fazendo declarações semelhantes há muito tempo, acusando Teerã de querer a arma nuclear.

Ahmadinejad disse hoje que o Irã tem o direito de desenvolver um programa nuclear com fins civis. "Somos um país que ama a paz", afirmou.

"Nossas atividades nucleares são legais e têm fins exclusivamente pacíficos", garantiu.

Questionado sobre o Iraque, Ahmadinejad negou que seu país esteja fornecendo armas às milícias xiitas que lutam contra as tropas americanas. "O Exército dos Estados Unidos deve buscar em outro lugar uma resposta para seu fracasso no Iraque", disparou.

Pouco tempo depois, num discurso na Universidade de Columbia, em Nova York, Ahmadinejad reagiu à apresentação feita sobre ele pelo reitor Lee Bollinger, que o qualificou de "cruel ditador".

Convidar o presidente do Irã a pronunciar um discurso em um dos principais centros de estudo dos Estados Unidos "é coerente com a idéia de que uma pessoa deve conhecer seus inimigos", disse Bollinger aos estudantes.

Ahmadinejad respondeu qualificando as palavras de Bollinger de "insulto à informação e à inteligência" dos presentes. O presidente iraniano voltou a negar as acusações do governo americano sobre seu programa nuclear. "Não acreditamos nas armas nucleares, elas vão contra a humanidade".

O Irã é uma "vítima" do terrorismo, e não um instigador, insistiu.

Durante seu discurso na Universidade de Columbia, o líder iraniano também negou a existência de homossexuais em seu país.

"No Irã não temos homossexuais como nos Estados Unidos", disse Ahmadinejad, provocando vaias na platéia.

O polêmico dirigente também se referiu ao Holocausto, garantindo que está disposto a se encontrar com sobreviventes do massacre de judeus organizado pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

Ahmadinejad disse que gostaria que fosse conduzida uma investigação minuciosa sobre o Holocausto, que considerou como uma justificativa utilizada pelos israelenses para maltratar os palestinos.

"Porque o povo palestino paga o preço de algo com o qual não teve nada a ver?" - perguntou - sem dar uma resposta explícita sobre se Teerã pensa em atacar Israel.

Cerca de 100 pessoas protestaram contra o presidente iraniano nas portas da Universidade de Columbia.





Fonte: AFP

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