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Educação/Vestibular
Domingo - 16 de Setembro de 2007 às 10:33

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Edson Félix Barbosa, 28 anos, pintor, morador de São Félix do Araguaia, juntamente com a esposa Janaina Félix Oliveira de Souza, 22 anos, vão esperar o ano de 2008 para terminar o Ensino Médio por não disporem de tempo para freqüentar o ensino regular. Eles farão o exame supletivo da Secretaria de Estado de Educação. “Estou preparado para as provas. Estudo muito em casa”, contou Félix, afirmando que o maior sonho é a sua formatura em Matemática.

Edson e Janaina são pessoas que engrossam a estatística da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Mato Grosso. Nos últimos dois anos a procura pela EJA no Estado cresceu 82%. Em 2005, eram 41.122 alunos, passando para 75.291 em 2007. Como comprovado pelo caso de Edson e Janaina, o aumento da demanda pela EJA não se restringe aos alunos regularmente matriculados, mas também ao exame supletivo anual.

Em 2006, foram 91 mil inscrições para o exame de massa da Seduc. A expectativa para este ano é que o número ultrapasse 100 mil inscritos. A tabulação dos dados deve ocorrer ainda em setembro.

Em Mato Grosso, a rede pública estadual é a que mais oferece oportunidades para a Educação de Jovens e Adultos. Em 2006, ela atendeu a 66.217 alunos e os municípios do Estado atenderam a 16.471 estudantes. A EJA foi criada em Mato Grosso no ano 2000.

Conforme o Censo Seduc 2006, o trabalho é responsável por 52,13% de abandono escolar entre jovens e adultos, seguido pelo desinteresse, com 14,35%. A terceira justificativa para o abandono é a distância para a escola, apontada por 9,14% dos alunos.

A professora da UERJ, Jane Paiva, ajudou a pré-elaborar a política de Educação de Jovens e Adultos da Seduc, nestes dias 13 e 14 de setembro, em Cuiabá, com participação de 32 profissionais da secretaria. Uma entusiasta da educação de jovens e adultos, Jane Paiva, é professora há 40 anos. “Lido com sujeitos humanos. Saio mais nova quando estou com gente. Curto perceber como os alunos aprendem, como é o movimento do pensamento, como encontram um novo lugar no mundo. Os processos de aprendizagem são apaixonantes”, revelou a educadora.

Outra forma de atrair a clientela que não teve acesso ao ensino formal é pelo Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal. Em Mato Grosso, ele é oferecido por etapas e alfabetizou, em 2006, mais de nove mil pessoas.

PERSPECTIVAS - Este ano a Secretaria de Estado de Educação firmou parceria com o Fórum de Educação de Jovens e Adultos de Mato Grosso. Com isso, debates permanentes sobre a temática estão ocorrendo em sete pólos. “É um momento histórico, estamos ampliando a discussão sobre a área, e, pela primeira vez, construindo uma política de Educação de Jovens e Adultos”, elogia o gerente da EJA/Seduc, Sávio de Brito Costa. Para ele, o maior desafio é construir a identidade da EJA, uma demanda que não é restrita a Mato Grosso, mas a todo País.

Quem afiança a importância da Educação de Jovens e Adultos é a técnica da Seduc, Euzemar Fátima Lopes Siqueira, que atuou cinco anos na área e é uma profunda conhecedora desta realidade. “Me lembro de cada formatura das pessoas que não sabiam ler. A declaração mais comum é que elas tinham tirado uma venda dos olhos”, relembrou. Atualmente, Euzemar passou a emprestar sua experiência para a Educação do Campo.





Fonte: Secom-MT

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