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Internacional
Sexta - 27 de Julho de 2007 às 12:39

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A explosão de uma bomba atingiu a Mesquita Vermelha na capital do Paquistão, Islamabad, nesta sexta-feira, matando pelo menos 11 pessoas, segundo informações de autoridades.

"A maioria dos mortos era policial", disse uma autoridade de segurança, acrescentando que cerca de 30 pessoas ficaram feridas.

Perto do local da explosão, podiam ser vistos pedaços de uniformes da polícia e muito sangue, segundo um correspondente da BBC.

A explosão ocorreu depois de choques violentos entre policiais e estudantes que ocuparam a mesquita e atiraram pedras contra as autoridades. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os estudantes.

Veículos blindados confrontaram os manifestantes que se concentraram dentro da mesquita e imediações. A tropa de choque foi enviada ao local.

Os estudantes querem o retorno à mesquista do clérigo pró-Talebã, Abdul Aziz.

Aziz se encontra preso.

O prédio da Mesquita Vermelha foi pintado e reformado depois de um cerco sangrento que acabou no dia 11 de julho, com mais de cem mortos.

Clérigo rejeitado

A explosão ocorreu logo depois de a polícia reprimir os protestos, segundo o correspondente da BBC Dan Isaacs, que estava a apenas 100 metros de distância.

Segundo o correspondente a explosão parecia ter como alvo um cordão de isolamento da polícia, colocado em volta da mesquita, onde dezenas de policiais estavam.

Uma autoridade do setor de segurança disse à agência de notícias AFP que a bomba foi detonada por um suicida. O correspondente da BBC não conseguiu confirmar a informação.

"Um homem detonou explosivos que estavam presos em seu corpo, no meio de duas fileiras de policiais que estavam trabalhando no local devido ao tumulto na Mesquita Vermelha", disse.

Os manifestantes depredaram a mesquita.

Os manifestantes escreveram "Mesquita Vermelha" em urdu, no domo da construção por cima da pintura recente (que tem uma cor mais clara).

Eles também hastearam uma bandeira negra com duas espadas cruzadas - o que significa jihad, ou guerra santa.

Mais cedo, outros manifestantes impediram que o novo clérigo da mesquita, designado pelo governo paquistanês, liderasse as orações da sexta-feira, no que seria uma reabertura pacífica da mesquita.

"Me disseram que tudo seria pacífico. Nunca me interessei em aceitar este trabalho e, depois de hoje, nunca irei aceitar", disse Mohammad Ashfaq à AFP, enquanto deixava a mesquita escoltado pela polícia.

Reconstrução

Há menos de três semanas soldados invadiram a mesquita depois que seus clérigos e estudantes fizeram uma campanha agressiva para a implantação da severa lei islâmica, a Sharia.

A mesquita se transformou num centro de ensino islâmico radical e alojava milhares de estudantes homens e mulheres nos seminários de seu complexo.

O diretor da prisão de Dyala em Rawalpindi disse à Suprema Corte do Paquistão que 567 dos 620 estudantes detidos durante o cerco à mesquita e, depois, nas 36 horas de batalha para a liberação do local, já foram libertados. Dos que ainda estão presos, três são mulheres.

Um comitê de ajuda jurídica afirma que recebeu 58 reclamações de familiares a respeito de homens que estariam desaparecidos depois do cerco à mesquita.

Entre os mortos durante o cerco à Mesquita Vermelha estão 11 soldados e um número ainda não conhecido de extremistas e seus reféns.

O ataque à mesquita foi a pior batalha enfrentada pelas forças de segurança no Paquistão desde que o presidente Pervez Musharraf prometeu acabar com a rede de militantes no país, logo depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.





Fonte: BBC Brasil

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