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Politica Brasil
Sexta - 29 de Junho de 2007 às 15:19
Por: Gabriela Guerreiro

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O PSDB defendeu hoje o afastamento do senadores do PMDB de cargos de comando do Conselho de Ética da Casa. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), argumenta que nenhum parlamentar do partido do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) deve estar à frente das investigações sobre o presidente da Casa.

"O ideal é afastar qualquer solução doméstica. Teria de ser afastado momentaneamente dos postos diretivos do conselho qualquer senador ligado ao partido do presidente Renan", disse Virgílio.

O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) foi eleito presidente do conselho na última quarta-feira, em disputa com o próprio Virgílio. O líder tucano considera que as denúncias contra Renan estão se agravando.

Virgílio convocou reunião da bancada do PSDB para terça-feira com o objetivo de discutir a crise sobre o presidente do Senado. A Folha Online apurou que alguns senadores tucanos já defendem o afastamento de Renan da presidência do Senado.

O DEM já pediu oficialmente que Renan se licencie do cargo até que as investigações do Conselho de Ética estejam concluídas. O PSDB vinha adotando uma postura mais cautelosa em relação às denúncias, mas endureceu o tom depois que Virgílio saiu derrotado nas eleições para a presidência do conselho.

Ao se lançar candidato, Virgílio propôs um acordo com os governistas para entregar a relatoria do caso Renan ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que integra a base aliada do governo federal. O PMDB não aceitou o acordo com o argumento de que como maior partido do Senado tem a prerrogativa de eleger o presidente do conselho.

"O PSDB ofereceu alternativa que daria legitimidade ao Conselho de Ética do Senado. Não era mera proposta de candidatura, mas uma proposta para unir os senadores em defesa da instituição. Não se conseguiu, contudo, construir consenso em torno dela", disse Virgílio.

O líder tucano afirmou que, antes da escolha de Quintanilha para a presidência do conselho, o PSDB e o DEM alertaram os integrantes do órgão sobre a instabilidade que poderia contaminar os trabalhos do processo contra Renan.

"Durante o debate que antecedeu a reunião do conselho, líderes do PSDB e do DEM chamaram a atenção para a instabilidade que poderia prosseguir no day after [dia seguinte]. Foi o que ocorreu", disse o tucano.

Quintanilha é acusado pelo Ministério Público de receber propina para a liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União em 1998 --com base em recibo e perícia apontando fraudes em quatro licitações.

Segundo reportagem publicada pela Folha, o alvo de investigação da Procuradoria são três emendas do senador, do ano de 1998, que somam R$ 280 mil. A acusação gerou dois inquéritos sigilosos no STF (Supremo Tribunal Federal).





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