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Politica Brasil
Sábado - 23 de Junho de 2007 às 12:47

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Nas comemorações do aniversário de 19 anos de fundação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ocorrida no dia 25 de junho de 1988, a direção do partido faz um mea culpa e reconhece que é preciso que ele esteja mais próximo do povo.

Um dos fundadores e principais lideranças do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi taxativo ao falar para a juventude tucana, num evento realizado na sexta-feira (22) na capital paulista, sobre a necessidade de a legenda investir na militância para propagar seus ideais na sociedade.

“Encontro muitos simpatizantes das nossas idéias, mas na prática parece que o PSDB é apenas um estado de espírito, já que essas pessoas não estão filiadas ao partido. É preciso trazer mais gente para o PSDB, é preciso fazer um trabalho de formiguinha e realizar movimentos reais de militância,” disse.

2010

Na sua avaliação, o partido tem chances concretas de retomar a presidência da República em 2010, mas desde que se prepare devidamente para isso, por meio da busca de uma militância engajada e principalmente com base num programa que responda aos principais desafios do país.

O ex-presidente tucano disse que, se o partido não se empenhar para formatar um programa consistente para o Brasil, até poderá ganhar as próximas eleições presidenciais, mas não saberá como conduzir a nação.

“A nossa chance de ganhar (as eleições de 2010) é grande, mas o risco de não saber o que fazer (em prol do Brasil) também é grande, por isso temos de nos preparar e fazer um programa consistente,” considerou.

Lideranças

O presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), deputado Sebastião Madeira (MA), um dos organizadores do evento, lembra que a legenda nasceu sob a liderança de políticos expressivos, como FHC. Além disso, teve também nomes de importância histórica, como os ex-governadores Franco Montoro e Mário Covas e o ex-senador José Richa, todos já falecidos.

Segundo Madeira, o PSDB também foi coerente com os desafios lançados em seu manifesto de fundação e os colocou em execução nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, buscando equilíbrio fiscal, fim da inflação, estabilidade econômica e financeira, soluções para o problema da dívida externa, além de melhorias na educação.

A idéia de resgatar os feitos da gestão FHC e a paternidade de alguns programas que os tucanos consideram que o PT vem utilizando como se fossem criações suas, foi a tônica do programa partidário que a legenda levou ao ar na quinta-feira (21). Esta será a diretriz que vai nortear as discussões da legenda para a elaboração do seu novo projeto.

'Acabrunhados'

Como um dos grandes defensores dos feitos realizados em sua gestão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também se tornou um dos grandes críticos de seu partido por não ter defendido algumas dessas bandeiras nas últimas eleições presidenciais.

Na disputa passada, por exemplo, o candidato Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, passou o segundo turno todo tentando explicar que seu partido não iria privatizar instituições como a Petrobras e o Banco do Brasil e, com isso, deixou de defender as privatizações feitas no governo FHC.

No evento que participou com a juventude tucana, Fernando Henrique lamentou fatos como este e disse que o partido, em diversas ocasiões, ficou acabrunhado na defesa dessas bandeiras.

E destacou: “Um partido sem convicção não vai a lugar nenhum.” Numa autocrítica, FHC disse que a legenda “chegou cedo demais ao poder”. “O partido em seu conjunto não cresceu e as ligações com a sociedade não foram suficientemente fortes para apoiar os novos programas.”





Fonte: G1

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