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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sexta - 11 de Maio de 2007 às 19:01

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RIO - O comandante da PM, coronel Ubiratan Ângelo, disse nesta sexta-feira, 11, que, apesar dos diários e violentos confrontos entre polícia e tráfico, a população do Complexo do Alemão está mais segura agora do que antes da ocupação. Ele confirmou que não há prazo para que os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) deixem as favelas - isso só acontecerá quando os bandidos que fuzilaram dois PMs no dia 1º forem capturados.

"Vamos alcançá-los; estamos cada vez mais perto", disse, em entrevista à TV Globo. Para Ângelo, os tiroteios seriam mais freqüentes caso o combate ao tráfico não estivesse sendo feito da forma como está. "Hoje, a possibilidade de haver um confronto na Vila Cruzeiro é menor do que existia, porque a polícia está presente e os traficantes não estão mais fortalecidos pelas barreiras".

Ele se referia às mais de 150 toneladas de material que foram retiradas pela polícia e que haviam sido colocadas pelos bandidos para barrar a entrada da polícia e "dos demais serviços públicos". "O tiroteio acontece não porque a polícia está no local. Acontece porque o traficante é ousado", disse.

A PM sustenta que o alto número de pessoas atingidas por balas não se deve a erros de seus homens, e sim ao fato de traficantes atirarem propositalmente em inocentes para causarem comoção. De acordo com Ângelo, relatos de moradores e também "aspectos técnicos", como a distância a que o tiro é dado, corroboram sua tese. Outros policiais argumentam que a prática não é nova, mas só agora ganhou notoriedade.

Não há dúvidas de que os dois assassinos dos policiais militares estão na Vila Cruzeiro ou em outras favelas do Complexo do Alemão, afirmou o comandante da PM, daí a insistência da manutenção do efetivo no local. Ele não acredita que haja motivos para a rotina nas favelas ser afetada, já que a polícia está lá para preservar a população. Desde o início da guerra entre policiais e tráfico, escolas e creches estão fechadas, assim como quadras esportivas e projetos sociais. "A polícia está lá para garantir isso: que eles continuem funcionando e impedir que os traficantes fiquem pressionando a sociedade." Ele afirmou ainda que a operação do Bope não é "atividade rotineira", e sim "pontual".

Acuada, a população, que, na terça-feira, promoveu manifestação pela paz (segundo a polícia, incitada pelo tráfico), discorda. "Eu votei no (governador) Sérgio Cabral, mas não para ele fazer isso. Não para a polícia dele dar tiro na gente e depois dizer que o moleque que morreu era traficante", desabafou um morador de 35 anos.





Fonte: Estadão

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