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Nacional
Segunda - 04 de Dezembro de 2006 às 19:52

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O acusado de torturar e assassinar a babá Marielma de Jesus Sampaio, 11 anos, em novembro do ano passado, em Belém (PA), Ronivaldo Guimarães Furtado, negou ter cometido o crime, durante o interrogatório no júri popular a qual está sendo submetido hoje, no Tribunal de Justiça do Pará. O crime chocou a opinião púbica, e a sessão do julgamento está sendo acompanhada por várias entidades de defesa dos direitos humanos e das crianças.

O julgamento começou com atraso de 1 hora e meia. Estava marcado para começar às 8h, mas segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Pará, houve tumulto durante a chegada do réu. A sessão chegou a ser interrompida e foi necessário reforço policial. Chegou-se a cogitar a possibilidade de suspensão da sessão, mas foi acordado com a defesa que haveria apenas um pequeno intervalo para reinício dos trabalhos, com o interrogatório do réu.

O interrogatório de Furtado foi cheio de contradições. Primeiro ele acusou a mulher dele, Roberta Sandreli, condenada pela co-autoria do crime há 38 anos de reclusão, de ser única responsável pela morte da menina. Ao júri Furtado declarou que não estava em casa na hora do crime e que nunca agrediu a menina.

O réu disse ainda ao juiz titular da 2ª Vara Penal da capital, Raimundo Moisés Flexa, que preside a sessão, que a mulher dele teria confessado o crime, na hora em que ele chegou em casa. Segundo Furtado, Roberta teria dito que "cometeu uma loucura", declarações que vão de encontro ao depoimento de Roberta Sandreli, que acusou o marido de agredir a babá com um banco de madeira, além de ter dado choques elétricos na menor. No entanto, Furtado diz que os choques foram dados com intensão de reanimar a menina, que já estava morta.

Furtado negou ter agrediu a menina durante o tempo em que ela morou com o casal, contradizendo o médico Franklin de Albuquerque, que atestou a morte da menor no dia do crime, na casa do casal e que disse ter presenciado o réu agredir a babá, em outra oportunidade.

Depois do interrogatório do juiz, Furtado responderia às perguntas do promotor de Justiça Paulo Godinho, mas ele re recusou a dar qualquer declaração a ele ou à assistência de acusação composta pelas as advogadas Celina Hamoy e Maria de Fátima Moreira, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, do Centro de Defesa da Criança (Cedeca).

Apenas uma das cinco testemunhas de acusação compareceram à sessão. Já da defesa, três das nove arroladas foram ao Tribunal, sendo que por determinação do juiz, mais duas foram chamadas.

A menina Marielma de Jesus Sampaio trabalhava como babá na casa do casal Ronivaldo Guimarães Furtado e Roberta Sandreli, onde morava há cerca de 1 ano. Ela cuidava do bebê do casal. Marielma foi torturada com pancadas de banco de madeira, choques elétricos, além de violência sexual no dia 12 de novembro do ano passado.

Furtado é acusado de homicídio quadruplamente qualificado, porte ilegal da arma, tortura, cárcere privado e estupro.

A previsão é de que o julgamento encerre durante a madrugada e o resultado deve ser divulgado amanhã.





Fonte: Terra

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