Escola rural de Tangará da Serra é exemplo de boa aplicação do Fundef

A Escola Estadual Antonio Hortollani é a principal referência em serviço público do Distrito de São Joaquim, localizado a 30 km do município de Tangará da Serra e a 240 km da Capital. A população desta comunidade, que não deve ultrapassar as 800 pessoas, tem na escola um exemplo de integração e a possibilidade de uma vida melhor. Todo o recurso que o Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seduc) passa à unidade é muito bem utilizado.

Com 178 estudantes que estão divididos entre a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o estabelecimento de ensino, que fica zona rural, não perde em nada para as unidades que estão localizadas na cidade. O currículo, conforme determina as orientações da Superintendência de Ensino e Currículo da Seduc, atende a diversidade do homem do campo e respeita o meio ambiente.

Tanto que dois dos principais projetos desenvolvidos pelos professores e alunos da “Antonio Hortollani” são: a “horta pedagógica” e o reflorestamento da cabeceira do córrego Bezerro Vermelho, que banha toda a região. “O nosso contato com a comunidade escolar é muito bom. Pais, alunos, professores e técnicos sempre decidem em conjunto as decisões que dizem respeito à escola”, destaca o diretor da instituição, Wagner Constantino Guimarães.

De acordo com o diretor a horta foi feita e é acompanhada pelos alunos da EJA, que vêem três vezes na semana, no horário oposto das aulas, para cuidar das plantas. De um tudo eles plantam, desde os temperos básicos como cebola (de cabeça e de folha), coentro, salsa e urucum (planta da qual se fazem os coloríficos), até as verduras e legumes, como couve, beterraba, cenoura, alface, acelga.

“As especialidades alimentícias não param por ai. Também plantamos mandioca, feijão andu e muitas frutas, como banana, manga, figo, maracujá, limão e laranja. A horta ainda tem plantas medicinais como hortelã, boldo, alecrim, alfavaca, folha de figo e outras plantas que são excelentes remédios”, observa Wagner, ao acrescentar que todas as plantas são adubadas e cuidadas com produtos naturais e orgânicos. “Aqui é o espaço mais interessante da escola. Apesar de ser cuidada pelos alunos da EJA, também o utilizamos para as aulas práticas de todas as disciplinas”, complementa.

A horta faz tanto sucesso, que em 2006, a instituição foi contemplada pela Seduc com o projeto horta pedagógica. Para ajudar nos trabalhos, até dezembro, eles vão receber recursos da ordem de R$ 1,5 mil.

Com a questão ambiental a escola também não brinca em serviço. O plantio das mudas para o reflorestamento da cabeceira do córrego Bezerro Vermelho, que nasce no Distrito já começou. Neste trabalho, o corpo da unidade envolveu também toda a comunidade escolar e esperam com isso recuperar os peixes e manter o córrego limpo.

Dedicação

A coordenadora da escola, Vanda Vieira, trabalha na unidade há mais de 20 anos e seus filhos também estudaram lá. Para ela, a instituição é como uma segunda casa. Ressalta que todo o projeto político pedagógico da unidade foi construído para melhor atender os alunos e pais, já que os recursos enviados pela Seduc, por meio do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), são gastos em melhorias para os próprios alunos.

Também destaca que todo o estudante que pela escola passa, sempre tem orgulho em dizer que ali estudou. “Me sinto contente e feliz em ver que meus filhos estudaram aqui e agora estão encaminhados na vida. São mais de 20 anos dedicados à educação e ao Distrito de São Joaquim”, conclui.