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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 16:20

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A comunidade internacional condenou com veemência o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte nesta segunda-feira, afirmando que Pyongyang segue para um isolamento cada vez maior. A Coréia do Norte, no entanto, acha que a comunidade internacional deveria felicitá-la ao invés de criticá-la por seu primeiro teste nuclear, considerou nesta segunda-feira o embaixador do regime comunista ante as Nações Unidas.

"Seria melhor que o Conselho de Segurança da ONU felicitasse os cientistas e pesquisadores da República Popular Democrática da Coréia do Norte ao invés de buscar uma resolução temerária de condenação", afirmou Pak Gil-Yon à CNN.

Mas o teste provocou uma imediata onda de condenações em todo o mundo e, inclusive, da China, o maior aliado do regime norte-coreano e que expressou sua "firme oposição" a um teste realizado de "maneira desavergonhada".

Em breve declaração na Casa Branca, o presidente George W. Bush considerou o teste norte-coreano uma provocação e uma ameaça para a paz internacional, por isso reclamou uma resposta imediata do Conselho de Segurança da ONU.

Bush afirmou que durante as conversas por telefone que manteve com dirigentes chineses, sul-coreanos, russos e japoneses, ele e seus interlocutores concordaram que as ações da Coréia do Norte são inaceitáveis e merecem uma resposta imediata do Conselho de Segurança.

Durante uma conversa por telefone entre Bush e Abe, os Estados Unidos e o Japão concordaram em realizar uma "ação decisiva" no Conselho de Segurança, segundo o ministério japonês das Relações Exteriores.

Em Moscou, o Kremlin anunciou que o presidente Vladimir Putin, que deplorou o "enorme prejuízo" causado ao regime de não-proliferação nuclear pelo teste norte-coreano, conversou com Bush e ambos concordaram em "coordenar as ações" sobre este assunto.

A União Européia classificou o teste de inaceitável e a Grã-Bretanha de "totalmente irresponsável", ao mesmo tempo em que pediu uma "resposta vigorosa" da ONU. A Alemanha opinou que Pyongyang "continua por um caminho equivocado e para um isolamento maior".

Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, condenou o teste e pediu uma reunião de emergência dos embaixadores dos países membros da Aliança do Atlântico Norte.

O teste nuclear ocorreu no mesmo momento em que o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe iniciava uma visita histórica a Seul. O premier prometeu represálias severas contra a Coréia do Norte e pediu firmeza à ONU.

"Temos que dar uma resposta muito firme e a Coréia do Norte deverá suportar todas as conseqüências", declarou Abe depois de seu compromisso em Seul.

"O Japão começará imediatamente a estudar sua resposta, que incluirá medidas severas", afirmou, sem dar maiores detalhes.

O presidente sul-coreano Roh Moo-Hyun também prometeu reagir de "maneira severa" e falou de uma "ameaça não apenas para a península coreana, como também para a região".

O ministro chinês de Relações Exteriores, Li Zhaoxing, e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, falaram por telefone sobre a crise provocada pelo teste nuclear de Pyongyang.

"As duas partes trocaram seus pontos de vista sobre os últimos acontecimentos da situação na península coreana", informou o Ministério de Relações Exteriores chinês em um curto comunicado.

Segundo o comunicado chinês, Li Zhaoxing reafirmou a Condoleezza Rice as posições de Pequim a respeito do teste, condenado nesta segunda-feira pela manhã por seu ministério por meio de uma declaração oficial.

"A Coréia do Norte ignorou as preocupações da comunidade internacional e procedeu de forma vergonhosa um teste nuclear. O governo chinês expressa nesta ocasião sua firme oposição".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também condenou nesta segunda-feira o teste de bomba atômica realizado pela Coréia do Norte e lamentou o "enorme prejuízo" contra o regime de não-proliferação nuclear, informaram as agências russas.

"A Rússia condena absolutamente os ensaios realizados pela Coréia do Norte. Não se trata somente da Coréia, mas do prejuízo enorme ao processo de não-proliferação de armas de destruição em massa no mundo", declarou o mandatário ruso diante de membros do governo.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, criticou o teste nuclear e o classificou de "ato totalmente irresponsável".

"Pedimos ao governo norte-coreano para interromper imediatamente seu programa de armamento e de mísseis nucleares e não fazer mais testes", disse o ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

O ministro alemão pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que "reaja com firmeza à provocação norte-coreana".

O Paquistão, país que possui a arma nuclear, afirmou que "lamenta" o teste nuclear norte-coreano e acrescentou que se trata de um assunto desestabilizador para a região.

"O Paquistão lamenta o anúncio feito pela República Democrática Popular da Coréia de um teste nuclear", disse à imprensa o porta-voz do ministério, Tasnim Aslam. Último país a realizar oficialmente um teste de arma nuclear, em maio de 1998, dias depois do teste feito pela Índia, o Paquistão está envolvido no processo norte-coreano de aquisição da arma nuclear.

O ''pai'' da bomba paquistanesa, o cientista Abdul Qadeer Khan, confessou em fevereiro de 2004 que dirigiu uma rede de exportações ilegais de tecnologia nuclear em benefício da Coréia do Norte, Irã e Líbia.

Na França, o ministro das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy, frisou que o teste nuclear anunciado pela Coréia do Norte é um "ato de muita gravidade para a segurança internacional", sendo necessário uma "resposta firme" da comunidade internacional.

"O Conselho de Segurança advertiu a Coréia do Norte na sexta-feira, 6 de outubro", ressaltou o chefe da diplomacia francesa.

A Índia se declarou "profundamente preocupada" com o "lamentável" teste nuclear anunciado pela Coréia do Norte, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

O teste "questiona a paz, a estabilidade e a segurança na península coreana e na região", acrescentou o ministério.





Fonte: AFP

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