Vôo 1907: controlador é afastado para tratamento

Um dos controladores de tráfego aéreo envolvidos na operação que resultou no maior acidente aéreo do Brasil, com a queda do Boeing 737 da Gol, que transportava 155 pessoas, foi afastado para tratamento psicológico. De acordo com a Folha de S.Paulo, a informação foi repassada por conhecidos dele e o seu nome não foi confirmado. A Aeronáutica também não se pronuncia sobre os eventos no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta-1).

O controlador afastado teria experiência de seis anos na função. Seus colegas afirmam que as falhas são, muitas vezes, provocadas pela sobrecarga de trabalho. Os controladores trabalham pelo menos 18 dias por mês com plantões de 8 a 9 horas, sendo que, em tese, cada controlador deveria trabalhar duas horas e descansar duas.

O salário de um controlador é de R$ 1,6 mil, em média, mais adicionais. Um deles, o alimentação, é de R$ 36 - o equivalente a R$ 3,60 por dez dias, segundo a Folha. Também há dificuldade para conseguir folgas e há um regime rígido imposto pela hierarquia militar, com um iminente medo de punição.

De acordo com o site do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab) conta com cerca de 13 mil homens e mulheres - sendo 10.469 militares -, nas mais diversas atividades, para gerenciar o espaço aéreo do País.