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Internacional
Sábado - 23 de Setembro de 2006 às 19:25

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Uma autoridade norte-coreana disse que o país vai descarregar combustível de um reator nuclear para fazer plutônio para armas, buscando pressionar Washington para negociações diretas, disse um estudioso norte-americano no sábado.

Selig Harrison, que voltou de uma visita à Coréia do Norte, disse durante uma entrevista coletiva em Pequim que havia se reunido com Kim Kye-gwan, o principal representante do governo coreano nas negociações sobre as ambições nucleares do país.

"Ele deixou claro que o objetivo de descarregar o combustível era para obter mais plutônio para armas nucleares", disse Harrison, observando que o material poderia produzir "plutônio suficiente para de 3 a 6 armas nucleares."

O Departamento de Estado norte-americano alertou a Coréia do Norte contra ações provocativas e pediu que o país voltasse às negociações.

"Nossa posição continua a mesma. Eles precisam voltar para as negociações e parar de fazer ações provocativas que servem apenas para isolá-los mais ainda da comunidade internacional", disse o porta-voz Sean McCormack.

Harrison, diretor do Programa Ásia no Centro de Política Internacional em Washington, disse que a Coréia do Norte pretendia descarregar o material de reator de Yongbyon "a partir do outono, no mais tardar até o final do ano" —mais de seis meses antes do ciclo técnico necessário para o reator.

"Eles estão acelerando o processo porque querem usar Yongbyon para conseguir negociações bilaterais com os Estados Unidos para resolver o impasse sobre as negociações de seis partes", disse Harrison.

As negociações de seis partes, que também incluem China, Coréia do Sul, Rússia e Japão, estão paralisadas desde novembro.

Harrison disse ter passado seis horas conversando com Kim durante a visita. Ele disse que Kim teria dito que a Coréia do Norte queria provas de que o governo norte-americano não buscaria a "mudança de regime" para tirar o regime comunista de linha-dura.

SANÇÕES

Os Estados Unidos se recusam a ter negociações bilaterais com a Coréia do Norte, exceto à margem das negociações de seis partes. Autoridades norte-americanas dizem que as restrições financeiras têm o objetivo de conter o tráfico de drogas e a falsificação de dinheiro no país, mas Harrison disse que estas ações estariam impedindo o comércio normal.

"Elas estão seriamente prejudicando os esforços da Coréia do Norte para se abrir para o mundo e conduzir as reformas econômicas", disse.





Fonte: Reuters

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