Jornalista acusado de espionagem é julgado na China
O julgamento aconteceu ontem e, desde então, o jornalista está em local desconhecido, disseram os diretores do "The Straits Times", jornal de Cingapura para o qual ele trabalhava.
Mary Lau, mulher de Ching, que em Hong Kong lidera os protestos contra a detenção de seu marido, afirmou que confia em sua "pronta libertação".
Na ex-colônia britânica, hoje região administrativa especial chinesa, a Associação de Jornalistas reuniu cerca de 100 pessoas que exigiram numa vigília um julgamento "justo e aberto" para Ching.
O repórter foi detido em abril de 2005 na cidade de Cantão, onde pretendia obter fitas gravadas pelo ex-líder comunista Zhao Ziyang, expurgado após ficar ao lado dos estudantes no massacre de Praça da Paz Celestial em 1989.
Ching passou dois meses desaparecido, até a agência oficial "Xinhua" publicar que ele tinha confessado ter criado canais de comunicação para o serviço secreto de Taiwan, ao qual supostamente tinha vendido segredos de Estado.
O repórter pode ser condenado a penas de cinco a oito anos de prisão, comentou Ong Yew-Kim, analista legal da Universidade de Hong Kong. Na sua opinião, as autoridades devem ter evidências suficientes, depois de mais de um ano de pesquisas.
É o segundo repórter de um órgão estrangeiro detido na China nos últimos tempos. Zhao Yan, colaborador do "The New York Times" em Pequim, foi também detido por "revelar segredos de Estado" após conseguir a notícia exclusiva da aposentadoria do ex-presidente da China Jiang Zemin.
Zhao foi julgado em junho mas continua aguardando uma sentença.
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