Trevisan diz que Lino Rossi permutou recursos de bancada com Fagundes, Henry, Freitas e Paes de Barros

Um dos articuladores da “máfia das ambulâncias” no Congresso Nacional, o deputado federal Lino Rossi (PP) permutou recursos da bancada de Mato Grosso com os parlamentares Welinton Fagundes (PL), Pedro Henry (PP), Ricarte de Freitas (PTB) e Antero Paes de Barros (PSDB) a fim de aumentar recursos destinados à aquisição de unidades móveis de saúde e equipamentos hospitalares, beneficiando o esquema fraudulento encabeçado pelos empresários Luiz Antonio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin, donos da Planam e apontados pela Polícia Federal como chefes da quadrilha. A informação consta do depoimento de Trevisan, prestado à Justiça Federal.

A cota das emendas de bancada apresentada por Rossi também era integralmente destinada para aquisição de unidades móveis de saúde, segundo Trevisan. De acordo com ele, “dentro da emenda de bancada, muitas vezes os parlamentares faziam compensação entre valores destinados a áreas diversas de investimento, que assim era possível o parlamentar permutar valores, deixando de investir numa determinada área para aumentar o investimento em outra”.

Conforme a explicação de Trevisan ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, “o parlamentar responsável pelos investimentos era um, enquanto o real gestor dos recursos e da destinação era outro”.

Ainda segundo o depoente, o acordo com Lino Rossi era o repasse de 10% sobre o valor das emendas. Ele teria recebido ainda R$ 42 mil para camisetas, R$ 104,9 mil para uma carreta, um Fiat Ducato e cerca de 70 repasses sem valor especificado. Suas emendas somariam R$ 1,5 milhão.

Rossi declarou à Justiça que possui um apartamento de R$ 134.085 e um "veículo reboque", de R$ 12.500, totalizando um patrimônio de R$ 146,5 mil. Em 2002, Rossi informou que seus bens somavam R$ 169.551,21. Entre o patrimônio daquele ano, estavam dois caminhões Mercedes Benz, um modelo LS1525 e outro 1519, que ele afirmou valerem, somados, R$ 31.800. (CP)