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Agronegócios
Quarta - 05 de Julho de 2006 às 10:59

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Em vez de enviar suas cargas para a indústria com a qual assumiram formalmente o compromisso de entregar suas colheitas, estão preferindo enviá-las para a concorrência.

Com isso, em vez de receber os magros US$ 3,50 em média por caixa de 40,8 quilos, alcançam até US$ 6 por caixa. A tendência é de cada vez maior número de citricultores deixar de honrar esses contratos, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP), Marco Antônio dos Santos. "É claro que os produtores correm um sério risco do ponto de vista jurídico", disse Santos. "Mas é a lei da sobrevivência. A situação dos produtores é de penúria e eles também de honrar seus compromissos".

Santos, que representa a Fiesp nas negociações com a indústria, diz que o clima nos pomares de laranja é de animosidade. Muitos fiscais das indústrias tentam entrar nas propriedades para verificar o andamento da colheita, mas os produtores negam autorização. Querem evitar que a indústria verifique o destino de suas cargas.

Essa situação, segundo informa, é resultado da intransigência das indústrias que se negam a renegociar os contratos, que se tornaram irreais depois da desvalorização cambial. O presidente da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, não acredita que industria e produtores chegue a um acordo que signifique a recuperação da renda dos fornecedores de laranja. Hoje, Viegas e demais representantes dos citricultores irão se reunir mais uma vez com representantes da indústria na tentativa de buscar uma saída para o que qualifica como um impasse.

Viegas lembra que apenas a Cutrale tem participado das reuniões para a revisão dos valores definidos nos contratos. Também tem comparecido o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia. Como essa entidade deixou de representar três das quatro principais indústrias de suco (CitrOvita, Citrossuco e Coinbra), Viegas não aposta num desfecho favorável aos citricultores nessas negociações.

Santos também demonstra ceticismo em relação aos resultados a ser alcançados nas reuniões promovidas na Faesp. A demanda por laranja é alta porque os preços do suco na Bolsa de Nova York atingiram os níveis recordes. Mesmo assim, as indústrias não se mostram dispostas a dividir esses ganhos com os produtores.

O presidente do Sindicato de Taquaritinga aponta no entanto uma exceção nessa atitude "intransigente" dos fabricantes de suco. Segundo informa, a CitrOvita, do Grupo Votorantim, tem convocado seus fornecedores para renegociar. Santos diz que a empresa tem oferecido um reajuste de pelo menos US$ 1,5 por caixa, o que já permite que os produtores cubram seus custos. Procurada ontem em São Paulo, a área corporativa do Grupo Votorantim não confirmou a renegociações dos contratos entre a CitrOvita e seus fornecedores.





Fonte: Gazeta Mercantil

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