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Educação/Vestibular
Quinta - 29 de Junho de 2006 às 08:51
Por: Soraia Ferreira

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Sinop, MT – Até que ponto o acompanhamento efetivo dos pais nas atividades escolares influi no sucesso do aluno em sala de aula, sob a visão do professor? O questionamento norteou a pesquisa de conclusão de curso da formanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Verônica Alves Potulski.

Nesta quarta-feira (28), Verônica apresentou o resultado da pesquisa durante a Conferência Educacional – “Paradigmas Educacionais: suas implicações no cotidiano escolar", realizada pela Unemat, no campus de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). O tema de Verônica foi a “Participação da família na vida escolar da criança: olhares do profissional da Educação”.

Ela conta que a busca era saber por que o fracasso escolar é atribuído à família e o que o professor pensa sobre a participação dos pais na vida escolar da criança. “Para a minha surpresa, ficou constado que, ao contrário do que se pensa, os professores estão querendo que os pais ensinem seus filhos a respeitar o professor, os mais velhos e o colega, ter cuidado com o patrimônio público, enfim, que tenha a boa educação”.

A acadêmica não descarta a ajuda dos pais na hora de fazer a “tarefa de casa”, mas afirma que o sucesso do estudante está em cada um desenvolver com maestria o seu papel.

De acordo com Verônica, os professores pesquisados inicialmente atribuiram o baixo desempenho escolar do aluno à não-participação da família na vida escolar da criança. Contudo, quando as entrevistas foram analisadas mais profundamente, ficou claro que o professor, quando se refere à ‘participação dos pais’, ele está querendo que o pai e mãe cumpram o seu dever primário: repassar os conceitos éticos e morais.

“Os profissionais esperam da família que prepare a criança para a vivência escolar e não a presença física de fato ou a cobrança no auxílio às crianças em relação as questões pedagógicas”, conclui a formanda.

Ao fazer a pesquisa, ela ainda observou que a escola não oferece muitas alternativas para que os pais participem efetivamente da vida escolar do seu filho e que fique bem informado com relação ao seu desempenho e a maneira correta de ajudá-lo. O espaço aberto para que a família participe são as reuniões de pais, na Associação de Pais e Mestres e colaborando com festas e eventos.

“O professor fala que a família está ausente. Mas percebe-se que na maioria das vezes o espaço que o pai tem é limitado e as reuniões - um momento de repassar a vida do aluno e discutir a melhor maneira de ajudá-los - são meramente informativas”, afirma.

Verônica sugere o direcionamento da carga de informações, com a criação de um jornal, por exemplo, no qual poderão informar os pais sobre festas e eventos. E, no dia de reunião, realizar palestras educativas e instrutivas. Verônica tomou como objeto de pesquisa uma escola púbica de Sinop e seus professores.

Afetividade

Letícia Vieira da Silva também apresentou o resultado de sua monografia. Para desenvolver o tema “Afetividade: sua influência no processo ensino-aprendizagem”, ela acompanhou a rotina de duas escolas de Sinop, sendo uma pública e a outra particular.

Segundo Letícia, o processo afetivo está presente e faz parte do cotidiano escolar e é peça fundamental para o bom desempenho do aluno. “Uma professora me disse: é preciso ganhar o aluno, para que se possa estabelecer uma relação de amizade, segurança e confiança. A partir do momento que ele sente essa confiança, não importa qual a disciplina que o professor trabalhe”, revela.

Do lado do aluno, diz Letíca, ele se sente feliz com o simples toque do professor, como passar a mão no ombro ou na cabeça. “A comunicação, pela postura, traz tranquilidade para o estudante. Sem a afetividade não existe aprendizagem”, afirma.

Assim que a afirmação da aluna é estabelecida - quando professor e aluno criam um vínculo afetivo - ao estudante são proporcionadas a segurança, a auto-confiança e a auto-estima necessárias para a aprendizagem dos conteúdos propostos. “Com isso, percebi a forte interligação entre corpo, mente e afetividade na aprendizagem”, relata a formanda.

“Conquistar os alunos deve ser o passo inicial para que eles entrem na escola com vontade de participar das aulas, palestras e outras formas de aprendizado. Os alunos devem se sentir confiantes para fazerem questionamentos, tirarem suas dúvidas e serem ouvidos, com atenção e respeito por parte do profissional”, finaliza Letícia.

Conferência

Assim como Letícia e Verônica, os outros 30 formandos do curso de Pedagogia da Unemat de Sinop apresentaram suas pesquisas de conclusão de curso durante a Conferência da Educação. O evento aconteceu entre os dias 25 e 28 últimos e foi organizado pela turma de formandos, com apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Participaram do encontro, que contou com palestras de várias autoridades do setor educacional, alunos do curso de Pedagogia, técnicos da Seduc e professores-formadores dos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação (Cefapros).





Fonte: Da Assessoria

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