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Cidades/Geral
Quarta - 21 de Junho de 2006 às 17:55

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Gerar renda, elevar a auto-estima, propiciar uma ocupação e integrar as famílias. Esses têm sido os primeiros frutos que a Secretaria de Promoção e Assistência Social de Várzea Grande está colhendo no bairro 13 de Setembro, por meio do programa de Ações Socioeducativas de Apoio (Asef), que entre várias ações, está implantando hortas comunitárias e individuais. Das 130 famílias atendidas pelo Asef na localidade, 19 já cultivam hortaliças e leguminosas, seja no quintal de casa ou em áreas coletivas.

O 13 de Setembro conta com 11 hortas formadas, das quais três estão estruturadas e em plena produção. Alface, rúcula, coentro, cebolinha, jiló, salsinha, rabanete e pimenta de cheiro são produzidos de forma orgânica e comercializados sem atravessadores.

Para algumas famílias que estão implantando os canteiros e cultivando as primeiras mudas, a produção incrementará o cardápio diário dentro de casa, e em curto prazo, seja nos espaços comunitários ou individuais, o excedente vai gerar uma renda extra e a manutenção da produção.

O casal de agricultores familiares, Isamor da Silva e Naide Souza, é um exemplo do que a ajuda do Asef pode fazer pela produção "caseira". Há três anos cultivam a horta na pequena chácara. Isamor planta e Naide sai vendendo de porta em porta. Com a ajuda do Asef, por meio da coordenadoria do programa em Várzea Grande, eles receberam um kit – contendo carrinho de mão, sementes, adubos, enxada, rastelo e mangueira – com o básico para a implantação e manutenção dos canteiros. "Deixamos de usar dinheiro nosso para comprar essas ferramentas e agora podemos aplicar na própria produção. Eu precisava de um carrinho de mão para sair vendendo as hortaliças", conta a dona Naide. O casal explica que a venda direta da produção rende cerca de R$ 500 por mês e que o valor é todo reinvestido na horta. "Chegou a hora de ampliar o nosso espaço e aumentar a horta", exclama Isamor. Ele destaca que mesmo vendendo pela vizinhança o retorno é certo. "Aqui, um maço de cebolinha por exemplo, é vendido a cinquenta centavos. Se eu fosse entregar na feira, para outro vender em banca, eu comercializaria uma dúzia de maços por no máximo quatro reais. O atravessador tira qualquer chance de lucro do pequeno produtor".

Inspirados pelo exemplo da horta que dá certo do casal Isamor e Naide, outras oito famílias capricham na formação da uma outra horta, só que em versão comunitária. Todos juntos em busca de uma produção de qualidade e que possa gerar renda. Como ainda está em formação, a produção desta horta ainda será – por meio de uma reunião na próxima semana - negociada para um mercado consumidor contínuo, que em geral é formado por mercadinhos e mercearias das redondezas.

Já o agricultor José Aparecido da Silva destaca que se não fosse à ajuda do Asef e a coordenação e empenho da Secretaria de Promoção Social, o seu quintal continuaria tomado pelo mato e improdutivo. Com a colaboração de um vizinho, que assim como ele estava sem ocupação, deram início a menos de 60 dias a formação dos canteiros. As primeiras alfaces começam a brotar da terra preta e os amigos e sócios pretendem começar uma nova vida a partir de agora, incrementando a alimentação e vendendo o excedente. "A secretaria nos ajudou a começar, agora vamos ter de nos dedicar para tocar a nossa horta. Acredito que a renda extraída daqui, será suficiente para que a gente consiga manter e até aumentar nossa produção. Afinal, produzimos hortaliças e leguminosas orgânicas, sem adição de qualquer agroquímico", anuncia o 'seo' Aparecido.

ASEF – O presidente do bairro 13 de Setembro, Gustavo Ruiz Lopes, reconhece que todo trabalho é embrionário, "faltam recursos por parte do programa federal, mas temos de começar de alguma forma. As necessidades são muitas, mas com o apoio da secretaria vamos fazendo os ajustes e caminhando". Segundo ele, o grande diferencial deste trabalho que mobiliza as famílias do 13 Setembro desde outubro do ano passado, é que "desta vez houve confiança, tanto da secretaria em apostar na nossa vontade de produzir, como por parte nossa em acreditar que o apoio será sempre oferecido. Estamos numa ação que vingará com certeza", garante.

SECRETARIA - A técnica em alimentação da Secretaria, Maria Madalena de Souza, ficou emocionada ao visitar a primeira horta. "Fazia um mês que eu não vinha aqui. Tudo está arrumadinho, as alfaces estão brotando".

A coordenadora do Asef, Jovana Maria Silva, explica que o programa é uma ação do Governo Federal executada pela Prefeitura Municipal de Várzea Grande, por meio da Coordenadoria do Asef, da Secretaria de Assistência Social. O Asef tem como objetivo prestar apoio às famílias de baixa renda que tenham crianças na faixa etária de zero a seis anos.

"O programa leva aos moradores com este perfil, cursos de capacitação - para geração de renda – como confecção de bijouterias, manicure, corte e costura, cabeleireiro e culinária. Outra ação contida no Asef são as palestras educativas que auxiliam as pessoas nos cuidados com a higiene pessoal, convívio familiar, combate à violência e planejamento familiar. As hortas são um braço do programa nesta comunidade que tem cento e trinta famílias assistidas", explica.

A supervisora do Asef, Dulce Lima assim como Jovana, aposta na viabilidade das hortas. "Demos apenas informações e o kit de ferramentas, mas sentimos que todos estão encerando esta ação com muita responsabilidade. As hortas aqui do bairro são um projeto piloto e certamente poderão ser estendidas a outras comunidades carentes que se enquadrem às exigências do Asef", avalia Dulce.





Fonte: O Documento

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