Após 22 anos agricultores terão suas terras regularizadas no Noroeste de Mato Grosso
O Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), por meio do projeto Varredura, iniciou a regularização de 18.900 hectares da Gleba Rio Branco e ainda deve estender o trabalho a outras duas áreas; as glebas Vale do Sonho e Aripuanã, que juntas tem 125 famílias sem títulos de terras.
Na quinta-feira (01.06), em visita técnica ao município, o presidente do Intermat, Afonso Dalberto, conversou com os agricultores, vistoriou os trabalhos da equipe de mais de oito técnicos que estão fazendo a medição, demarcação topográfica e cadastramentos dos imóveis rurais dos pequenos produtores. “A minha preocupação é que todo esse trabalho seja feito com cuidado e clareza. Nossa vontade no Intermat é tentar organizar a situação de cada um aqui”, afirmou Afonso.
Dalberto conheceu a sofrida realidade dos agricultores que sem documento não podem investir em infra-estruturas nas propriedades para valorização da terra e melhorias da qualidade de vida. “O que está sendo feito aqui é uma ação de Estado. Apesar de toda a crise que o Estado passa, o governador Blairo Maggi autorizou fazer esse trabalho, disse o presidente. O governador se preocupa muito com a regularização fundiária”, completou.
O presidente agradeceu ao apoio logístico do município e da comunidade rural, que segundo ele, está sendo muito importante para o desenrolar dos trabalhos de campo que levarão pelo menos 30 dias para finalizar. “Esse apoio, tanto da prefeitura quanto da comunidade, é muito importante para não demorar os trabalhos”, finalizou.
Para o homem que nasceu e criou na terra e dela tira o seu sustento, a regularização fundiária oferece mais que um simples documento, é a garantia de uma vida tranqüila. Somente com a propriedade em dias, o agricultor pode ter acesso a benefícios sociais, a exemplos, linhas de financiamentos, recolhimento do Imposto Territorial Rural (ITR) e direito à aposentadoria com a contribuição rural.
“A gente mora há tanto tempo nessa terra, sem saber que é nossa. A gente precisa do documento. Há muitos anos esse pedido foi feito e nunca tivemos resposta. E hoje estamos felizes”, disse Carli Ferreira da Silva, 43, casado e há 12 anos morando em 100 hectares de terra, de onde sobrevive do que produz.
O agricultor José Luiz Vieira, 36 anos, casado, pai de três filhos, é um dos mais antigos na região. Ele ocupa 95 hectares da Gleba Rio Branco há m ais de 20 anos. Assim como a maioria, desenvolve na propriedade agricultura de subsistência e pequena pecuária. “Isso pra nós tem grande importância, um financiamento sai mais fácil e temos ainda a valorização da área”, disse José Vieira.
Comentários