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Economia
Sexta - 02 de Junho de 2006 às 17:42

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A Bolívia concedeu nesta sexta-feira à mineradora indiana Jindal Steel and Power os direitos de exploração de jazidas de ferro de El Mutún, calculadas em cerca de 4 bilhões de toneladas de ferro e que ficam próximas à fronteira com o Brasil.

A empresa irá investir US$ 2,3 bilhões na produção de ferro e de placas de aço, informou o ministro do Planejamento e Desenvolvimento, Carlos Villegas.

"Esse é um passo histórico que marca a transição da Bolívia, [da condição] de um país que exporta matéria-prima, para a de um que entre na indústria do ferro e do aço", disse o ministro.

O anúncio foi feito depois de pouco mais de um mês da nacionalização das reservas de petróleo o gás natural do país, decretada pelo presidente boliviano, Evo Morales.

Segundo estimativa do governo, o acordo com a empresa indiana deve acrescentar aos cofres bolivianos US$ 250 milhões por ano, além de gerar 1.800 empregos.

A administração do presidente Morales estabeleceu como condições para os participantes do processo licitatório não apenas extrair o minério de ferro, mas produzir aço utilizando o gás natural boliviano.

A Jindal foi a única empresa a disputar a concessão de mineração, depois que o governo desqualificou a oferta da Mittal Steel.

Os detalhes do contrato com a Jindal devem ser finalizados em 60 dias e o documento final será submetido à aprovação do Congresso boliviano. A empresa indiana irá explorar as jazidas por 40 anos, disse o diretor-jurídico do Ministério de Produção e Microempresas, Mario Molina, ao diário boliviano "La Razón".

Segundo Villegas, os investimentos da Jindal incluirão a construção de um gasoduto e de uma termoelétrica.

O vice-presidente da Jindal, Vilchran Gujral, prometeu ajudar também as populações vizinhas de Mutún.

EBX

A região de Mutún foi alvo de uma disputa entre o governo boliviano e a siderúrgica brasileira EBX, que acabou expulsa da Bolívia pelo presidente Morales.

O governo cancelou a licitação preparada pela gestão anterior sob a alegação de que a EBX e o banco francês BNP Paribas manipularam o processo para obter a vitória. Para o governo Morales, a siderúrgica que a EBX construía em Puerto Quijarro (a 15 km de Corumbá, no Mato Grosso do Sul) tinha em vista apenas facilitar a vitória no processo de licitação para exploração em Mutún.





Fonte: Folha Online

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