Governador já previa inconseqüência

O governador Blairo Maggi (PPS) afirmou ontem que as irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas (PETSE), denominado de operação tapa-buracos, desencadeado em janeiro deste ano, são consideradas normais.

“Normal no sentido de que fazer uma operação naquela época de chuva... já era de nosso conhecimento que teria problemas”, disse Maggi no final da manhã de ontem, antes de viajar a Brasília.

À época, Blairo Maggi disse que fazer uma operação tapa-buracos com o volume de chuvas era jogar dinheiro fora. “Fazer uma operação durante o período de chuvas, poderia ser feito o melhor do mundo, mas não agüentaria”, revelou o governador.

Segundo ele, em alguns trechos fica difícil até comprovar se foi feita ou não a operação. “É dinheiro jogado fora”, repetiu o governador. Porém, conforme ele, nos trechos em que foram feitos recapeamentos quase integrais eles ainda estão bons.

Auditoria do TCU constatou 12 indícios de irregularidades graves em cinco trechos de rodovias federais em Mato Grosso. Em três casos, o ministro relator, Augusto Nardes, solicitou a suspensão cautelar dos serviços sem prévia audiência com os responsáveis. As irregularidades verificadas são superfaturamento, deficiência na fiscalização, ausência de características de serviços emergenciais e ausência de instrumento de contrato.

Os trechos onde foram detectados indícios de irregularidade correspondem a 411 quilômetros e abrangem as BRs 070, 174, 364 e 163. Em 80% dos casos o TCU apontou deficiência na fiscalização. O superfaturamento, sobrepreço e ausência de instrumento de contrato foram detectados em 60% dos trechos. Já a ausência de características de serviços emergenciais foi apontada em 40% dos casos com supostas irregularidades.