Maggi quer continuar buscando aliança para ter tempo na TV

O governador Blairo Maggi voltou a defender a necessidade de buscar espaço para disputar a reeleição. Foi durante reunião com o seu partido, o PPS, na noite de terça-feira. Condutor do processo de discussões partidárias, Maggi pediu paciência aos seus aliados e disse que precisa de tempo na televisão e no rádio para mostrar o trabalho que realizou ao longo de quatro anos. “Preciso negociar com outros partidos” – disse, ao destacar seu respeito ao partido. Ele também descartou o “já ganhou” e admitiu que a eleição não será fácil.

Em mais de três horas de discursos, muitos deles com pouco conteúdo, Maggi ouviu quase de tudo, dentro da proposta de avaliação da conjuntura política atual. Mais de 30 partidários se revezaram entre defender o nome de Iraci França para ser a candidata a vice, cobrar atitude do governador quanto a definição da aliança, dificuldades no interior e alertas para riscos na própria formulação da aliança.

Um dos que cobraram definição rápida para permitir que os candidatos iniciem seus trabalhos foi o vereador Francisco Vuolo. “O partido precisa trabalhar e não pode viver de indefinições” – ele assinalou. Vuolo, que quase entrou em rota de colisão com o Governo, destacou ainda a necessidade de os partidos aliados se definirem logo “sem vícios e sem ranços”. Ele referiu-se, precisamente, às siglas que estiveram na aliança “Mato Grosso Mais Forte” em 2002.

Apontado como eventual candidato ao Senado na hipótese de prevalecer a tese da chapa pura”, o presidente do PPS, Percival Muniz, avaliou a necessidade de correção de rumos estratégicos de atuação da aliança. Ele enfatizou, sobretudo, as dificuldades no interior do Estado. Muniz lembrou que em 2002 foram feitos vários acordos e muitos deles deixaram de ser cumpridos. “Parceiros foram esquecidos e eles querem ser valorizados” – apontou o político, que tem se reunido com diretórios municipais e aliados.

Eufórico, o partidário Elismar Bezerra disse que Blairo Maggi só perde eleição para o próprio PPS. Em seu discurso, ele defendeu a consolidação da sigla no Estado com a eleição de bancadas para a Câmara dos Deputados e, principalmente, na Assembléia Legislativa. Enigmático, o político fez questão de observar, por outro lado, que “tem muita gente falando em nome do Governo sem “capital moral” para falar nada”. Elismar Bezerra acredita que o sonho da presidência da República, em 2010, projeto devidamente arquivado, ainda pode ser resgatado.