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Economia
Quinta - 28 de Abril de 2005 às 17:44
Por: Francisco Carlos de Assis

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São Paulo - O coordenador da Pesquisa de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Paulo Picchetti, elevou hoje a sua projeção de inflação para o mês cheio de abril de 0,45% para 0,80%. Ele vinha insistindo na expectativa de que o IPC-Fipe fecharia o mês abaixo de 0,50% desde o fechamento de março.

"Há três semanas os alimentos vêm sendo reajustado a uma taxa média de quase 1%. Não cede no ritmo que eu imaginava para a terceira quadrissemana", admite Picchetti. Ele acertou no ritmo e no timing do arrefecimento da pressão do ônibus sobre a inflação do paulistano e no início da pressão dos remédios. A passagem de ônibus que na segunda quadrissemana havia subido 9,90%, dando uma contribuição de 0,42 ponto porcentual sobre o IPC de 1%, caiu agora para 5,95% e uma contribuição de 0,25 sobre o índice cheio de 0,98%.

No sentido contrário, o grupo Saúde que, na quadrissemana anterior subiu 1,03% e pressionou o índice em 0,07 ponto porcentual, subiu agora 1,43% e respondeu por 0,10 ponto da inflação de 0,98% no período de 30 dias encerrado no dia último dia 22. Essa pressão do grupo é basicamente por causa do reajuste dos preços dos remédios. Na lista das maiores altas na quadrissemana estão os medicamentos para o sistema cardiovascular (4,24%), antiinfecciosos (4,20%), para as vias respiratórias (3,91%) e antiinflamatórios (3,73%).

"O erro da minha previsão está no grupo Alimentação. Há três semanas que os três subgrupos de alimentos vêm subindo", disse Picchetti, acrescentando que já era para os alimentos estarem devolvendo parte das altas acumuladas nos últimos meses. Segundo gráficos elaborados por ele, nesta época do ano os alimentos já não deveriam mais estar subindo como vem acontecendo.

Perspectiva para o ano Ele manteve sua expectativa de uma taxa fechando o ano entre 5% e 5,5%. De acordo com ele, com o arrefecimento da pressão do ônibus na composição do índice, a inflação agora está sendo ditada pela aceleração no ritmo de reajuste dos preços dos alimentos. Contudo, com exceção dos alimentos industrializados, que devem manter a trajetória de reajustes, os demais - in natura e semi-elaborados - deverão devolver a alta.

A devolução das altas, de acordo com Picchetti, deverá começar a ser percebida a partir de meados de maio. "Para abril já não há mais tempo", disse, o coordenador do IPC-Fipe, acrescentando que essa é um tipo de pressão que afeta a inflação de curto prazo, mas que não contamina a inflação de longo prazo.





Fonte: Agência Estado

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