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Economia
Quinta - 28 de Abril de 2005 às 10:58
Por: Stênio Ribeiro

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Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acompanha atentamente a evolução da inflação nos próximos dias, e só na reunião de maio (dias 17 e 18) vai definir os próximos passos da estratégia de política monetária. Implementada desde setembro último, a política resultou na elevação da taxa básica de juros (Selic) de 16,50% para os atuais 19,50% ao ano.

A informação está contida na ata da reunião que o colegiado de diretores do BC realizou na semana passada. O documento diz que os "riscos de curto prazo" e a "persistência" do quadro de inflação no país foram os responsáveis pela elevação da taxa de juros em mais 0,25 ponto percentual, quando o mercado financeiro esperava a manutenção do patamar de 19,25%.

O Copom avaliou naquela ocasião que "somente a perspectiva de manutenção da taxa de juros por um período suficientemente longo", no nível estabelecido na reunião de março, "não proporcionaria condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas".

Pelo cenário de mercado, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano já ultrapassa 6%, distanciando-se cada vez mais da meta de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e depois ajustada pelo BC para 5,1%. Essa é a razão de o Copom ter advertido sobre a necessidade de a autoridade monetária estar permanentemente atenta e "pronta para adequar o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros às circunstâncias", caso os "fatores de risco" venham a se exacerbar.

Para o Copom, pode-se entender como fator de risco o "razoável grau de incerteza" quanto ao comportamento dos preços internacionais do petróleo e quanto à política de juros do banco central dos Estados Unidos – o Federal Reserve (Fed). A ata do Copom lembra, ainda, as dificuldades enfrentadas por grandes empresas no cenário mundial e a elevada volatilidade do risco-Brasil.

Apesar desse quadro, o Copom atribui "baixa probabilidade" para um cenário de deterioração pronunciada nos mercados financeiros internacionais, porque não vê condições para mudanças abruptas na condução da política monetária norte-americana. Ou seja: a recuperação dos juros nos EUA deve continuar de forma lenta, como vem acontecendo.

No tocante ao comportamento de preços no mercado doméstico, o Copom reavaliou as projeções para os preços administrados ou monitorados por contratos, que abrangem combustíveis, energia elétrica, telefonia, transporte urbano, remédios, água e esgoto, educação e outros. O reajuste acumulado desses itens ao longo do ano deve ser de 7,2%, e não mais 6,9% como fora projetado em março.

De acordo com o Copom, não há previsão para majorações dos preços da gasolina e do gás de cozinha no decorrer de 2005, e os reajustes das tarifas de telefonia serão reduzidas de 8,7% para 7,9%. Em contrapartida, porém, as projeções para reajustes das tarifas de energia elétrica residencial foram elevadas de 9,5% para 10,8% no acumulado do ano.





Fonte: Agência Brasil

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