Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 27 de Abril de 2005 às 23:33
Por: Elisângela Cordeiro

    Imprimir


São Paulo - O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-SP) e professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP), Heron do Carmo, considera muito ousada a meta de crescer 7% em média ao ano entre 2010 e 2015, prevista pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade divulgou um Mapa Estratégico para a Indústria com estimativas econômicas para os próximos 10 anos.

Para o economista, é perfeitamente possível manter o crescimento entre 5% e 6¨% ao longo desse período. "Crescer 7% para uma economia do tamanho da brasileira é uma meta muito ousada. O Brasil já passou por uma fase de crescimento muito elevada, mas em outra conjuntura e também a partir de um PIB mais baixo", destacou.

Em relação ao crescimento do PIB industrial, a expectativa é de uma taxa média de 7% ano até 2010 e 8,5% ao ano até 2015. Heron do Carmo avalia como pouco provável que a indústria cresça a essas percentagens no período. Ele acredita que esse patamar é incompatível com um crescimento entre 5% e 6%. "Com uma meta para um intervalo de tempo no futuro, a questão é como chegar lá. É construir as condições para atingir essa meta. Um crescimento um pouco menor seria perfeitamente possível a partir das condições já criadas, a partir da melhora da base que nós já dispomos no momento", afirmou.

O economista afirma ser pouco provável que também a carga tributária caia a percentuais muito reduzidos, em razão da necessidade do governo investir em políticas sociais. O estudo da CNI indica que a carga tributária fique em 33% do PIB em 2007, 30% em 2010 e chegue a 27% em 2015. "Ela até pode ficar em torno de 30% e 32% do PIB, mas acho pouco provável que haja uma redução mais significativa, dada a carência ainda de investimentos em infra-estrutura, saúde, educação, e em razão das necessidades da diminuição da desigualdade social. Isso vai levar o governo a reduzir lentamente a carga tributária".

Quanto à redução das taxas de desemprego para 9% em 2007 e 6% em 2015, Heron considera viável, desde que haja flexibilização da legislação trabalhista para a formalização do mercado de trabalho. "Taxa de desemprego na nossa condição atual é diferente da taxa em uma situação de maior flexibilidade. Havendo uma mudança de cenário dessa regulamentação do mercado de trabalho, isso pode acontecer".





Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/343026/visualizar/