Empresários querem tarifa de R$ 2

O preço da tarifa do transporte coletivo de Cuiabá deverá aumentar para mais de R$ 2,00 já no primeiro bimestre do ano que vem.

A projeção foi feita ontem pelo diretor da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), João de Campos Palma, ao revelar levantamento preliminar de custos.

Conforme o dirigente, um ofício vai ser encaminhado ainda este mês à prefeitura solicitando estudos tarifários que culminem com o reajuste.

“Se passar do primeiro bimestre nós [os empresários] não aguentaremos. Estamos há quase dois anos sem reajustar o preço das passagens e nesse período, os preços dos combustíveis aumentaram em torno de 20%. Isso sem falar da rodagem [pneus e produtos de borracha] que aumentaram acima de 40%”, justificou Palma.

A MTU também aguarda sinalização da prefeitura quanto ao repasse de cerca de R$ 25 milhões referentes ao subsídio acertado entre os empresários e o poder público municipal, quanto à gratuidade do passe estudantil.

“Desde que está em vigor o prefeitura nunca repassou nenhum centavo, sendo que em média, deveria repassar em torno de um milhão por mês”, acrescentou o diretor, explicando que o compromisso firmado com a prefeitura à época da implantação era de que a gratuidade beneficiaria apenas os estudantes, ficando o poder público do município responsável por fazer o repasse mensalmente.

O secretário de Finanças da Prefeitura de Cuiabá, Vivaldo Lopes, foi procurado pela reportagem da Folha, mas não quis comentar sobre a dívida.

A MTU admitiu, porém, que desde que a prefeitura de deixou deixou de fazer o repasse as empresas de ônibus também deixaram de recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS, o equivalente a 30% ao mês).

Isso, de acordo com Palma, significaria um valor aproximado de R$ 7 milhões, ou seja, então a dívida líquida da prefeitura para com as empresas cairia dos R$ 25 milhões globais para cerca de R$ 18 milhões.

Quando foi instituída a gratuidade do passe estudantil, há cerca de três anos, a passagem de ônibus custava R$ 1,20 e hoje vale R$ 1,60.

A negociação sobre a nova tarifa deverá, portanto, ser um dos primeiros desafios da administração do prefeito eleito Wilson Santos, que já comprometeu em equipar com câmeras de vídeo todos os ônibus coletivos da Capital.

Esse será mais um motivo para que a MTU exija o aumento tarifário.

“Tudo que se implanta a mais acaba gerando aumento de preço. São gastos a mais para as empresas de ônibus que terão que ser cobertos de alguma forma”, salientou Palma.