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Educação/Vestibular
Segunda - 27 de Setembro de 2004 às 14:34

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A 1ª Conferência Internacional sobre Ensino Superior Indígena, realizada entre os últimos dias 23 e 25, no campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Barra do Bugres, reuniu cinco países da América Latina, que, em conjunto com representações de 38 etnias, além de pesquisadores, universidades brasileiras, movimentos indigenistas, ongs, governos municipais, estadual e federal, discutiram a construção de novos paradigmas para educação indígena.

Participaram das mesas redondas, palestras, reuniões, debates e grupos de trabalho membros de universidades brasileiras, bolivianas, eqüatorianas, chilenas, nicaragüenses, representantes de movimentos indígenas e indigenistas, organizações internacionais ligadas a trabalhos de inclusão étnicas e culturais, além dos governos estadual e federal.

De acordo com o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério de Educação (MEC), Ricardo Henriques, a única forma de enfrentarmos as desigualdades é trazendo o valor das diferenças para o centro dos projetos educacionais e dos sistemas de ensino.

Segundo Henriques, o ministério tem um tratamento de destaque para agenda da diversidade por entender que todo o processo de desigualdade educacional e de exclusão, que se dá a partir o sistema de ensino, deve ser revertido por meio da implantação de uma agenda que reforce a valorização das diferenças e da diversidade tanto no ensino formal e não-formal, como na educação em geral.

Para a representante da Universidade da Paz, Flor Cubero Venegas, a ONU, desde a fundação tem interesse em torno do tema indígena e, com base na Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas (1994 a 2004), tem recomendado aos diferentes governos que construam políticas voltados para garantir o direito desses povos.

'Para que realmente se cumpra o direito de educação para todas as nações unidas tem fortalecido o empenho em solicitar dos países que assegurem a educação indígena com base na necessidade desses povos', afirma Flor.

A constituição do decênio da Declaração dos Direitos Indígenas resultou na criação de Fóruns de discussões sobre assuntos indígenas que trabalha com base nos princípios do documento. Outra conseqüência foi a fundação de uma secretaria para atender prioritariamente os assuntos indígenas, órgão ligado ao departamento de Desenvolvimento Social das Nações Unidas.

Conteúdos sobre respeito a diferenças e diversidades, tendo enfoque para questões indígenas, foram incorporados no programa de maestria em educação para paz desenvolvido pela ONU por meio da University for Peace. A idéia, segundo a representante da Instituição é reforçar o respeito as diferenças para que estas não sejam causas de conflitos.

O reflexo positivo de reunir experiências latino-americanas em educação superior indígena foi uma das abordagens da coordenadora geral de educação Intercultural Bilingue no México.

Conferência

A 1ª Conferência internacional foi promovida em Mato Grosso, com base na experiência desenvolvida pela Unemat, junto ao projeto 3º Grau indígena.

Iniciado em 2001, o projeto forma 200 professores indígenas de 33 etnias advindos de 11 Estados brasileiros, desenvolvendo, de modo especifico e diferenciado, cursos nas áreas de Línguas, Artes e Literatura; Ciências da Matemática e da Natureza; e Ciências Sociais.

O projeto é fruto de uma parceria entre a Universidade, Secretaria de Estado de Educação, Funai e Prefeitura de Barra do Bugres.




Fonte: RMT online

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