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Internacional
Quinta - 10 de Junho de 2004 às 13:53

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O Tribunal do Distrito Militar de Moscou absolveu hoje, pela segunda vez em dois anos, os seis oficiais do exército acusados de matar em 1994 um jornalista que invesigava a corrupção na cúpula militar.

O tribunal declarou que a Procuradoria Geral não apresentou provas suficientes que apóiem as acusações de assassinato do jornalista Dmitri Jplodov, do jornal "Moskovski Komsomolets", e determinou a libertação dos seis suspeitos do homicídio.

No entanto, a procuradora-geral Irina Alioshina declarou que apelará do veredicto junto à Sala Militar do Supremo Tribunal da Rússia, ao passo que os pais do jornalista anunciaram sua intenção de levar o caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

O secretário-geral da União de Jornalistas da Rússia, Igor Yakovenko, comentou que o veredicto é "injusto", "provoca asco" e "demonstra que na Rússia não há Poder Judiciário"

"Nos dez anos desde que a censura foi suspensa, na Rússia foram assassinados 240 jornalistas, mas em nenhum destes casos houve mais clareza que no de Jolodov, pois neste se conhecem os motivos, os que encomendaram sua morte e os que a executaram", destacou Yakovenko.

Da mesma forma como aconteceu no veredicto anterior de 26 de junho de 2002, que foi apelado e depois anulado com a ordem para que ocorrese um novo julgamento, o tribunal decidiu que os seis acusados, alguns dos quais se contradisseram em relação aos seus testemunhos iniciais durante a instrução do caso, deveriam ser absolvidos por falta de provas.

O tribunal destacou que também não ficou provado que os seis acusados cometeram abuso de autoridade e roubo de munição e explosivos, acusações que também foram apresentadas contra eles.

Dmitri Jolodov tinha 27 anos quando foi assassinado, em outubro de 1994, na redação do "Moskovski Komsomolets", com uma mala-bomba enviada por uma suposta fonte.

Poucos dias antes de seu assassinato, Jolodov tinha conseguido provas de que o Ministério da Defesa russo tinha assinado contratos com empresas de fachada de grupos mafiosos, que podiam treinar assassinos profissionais e terroristas em uma base de tropas especiais da espionagem militar.




Fonte: Agência EFE

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