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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 10 de Junho de 2004 às 12:14

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Milorad Lukovic, suposto organizador do assassinato do primeiro-ministro sérvio, Zoran Djindjic, negou-se a se pronunciar hoje, quinta-feira, sobre a acusação na continuação do julgamento pelo magnicídio, e alegou que não quer influenciar nas eleições presidenciais do próximo domingo.

"Não quero ser a prostituta política de ninguém", afirmou o acusado, de 36 anos, porque, segundo ele, "todo este caso é politizado no público".

"Não me defenderei com meu silêncio, mas não quero que este processo seja vinculado à política porque as eleições presidenciais são mais importantes, já que o Estado não tem presidente", manifestou o ex-comandante da agora dissolvida Unidade para Operações Especiais (JSO) da Polícia.

Djindjic foi assassinado em março de 2003, presumivelmente pelo então principal grupo mafioso da Sérvia -conhecido como "o clã de Zemun" e da qual Lukovic era um dos líderes- e seus colaboradores na polícia.

Depois de quase quatorze meses de fuga, Lukovic, que é conhecido também como "Legija" (Legião), entregou-se à polícia no dia 2 de maio e oito dias depois compareceu pela primeira vez ao tribunal para o crime organizada de Belgrado, que julga os treze acusados do magnicídio desde dezembro.

A pedido dele, seu depoimento foi adiado para hoje, que é o último dia de campanha para as eleições presidenciais da Sérvia do próximo domingo.

A repentina entrega de Lukovic, que coincidiu com o início da campanha eleitoral, desatou uma polêmica sobre a ligação de políticos com o crime organizado entre os blocos reformistas dos sucessores de Djindjic, agora na oposição, e representantes do atual governo.

Ambos os blocos apresentaram seus próprios candidatos às eleições presidenciais, o opositor Boris Tadic e o governamental Dragan Marsicanin, e a audiência de hoje era esperada com grande interesse, já que era considerado que o depoimento de Lukovic poderia incidir nos resultados destes dois candidatos.

No início da audiência, Lukovic voltou a pedir o adiamento de sua declaração para depois das eleições, mas o presidente do conselho judicial, Marko Kljajevic, rejeitou o pedido com o argumento de que as eleições "não são uma razão relevante, já que a justiça é independente" da política.




Fonte: EFE

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