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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 20 de Maio de 2004 às 11:40
Por: Ailsinei Alves

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Foi realizada ontem em Sinop, uma palestra de sobre o combate ao trabalho escravo no país. O palestrante foi o Frei Xavier Plassatt, de Tocantins. O evento contou com a participação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Sinop, Siticom (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria, Construção Civil e Mobiliário), Adunemat (Associação dos Docentes Universitários do Norte de Mato Grosso) entre outros convidados.

Durante a palestra o frei, abordou a condição do Brasil referente ao trabalho escravo, e citou dados fornecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas) em que o Brasil aparece com o número de 25 mil trabalhadores escravos. Em 2003, segundo relatório entregue pelo embaixador à ONU, o governo brasileiro libertou 5,4 mil pessoas que trabalhavam em condição de escravidão. Nos últimos oito anos, o Ministério do Trabalho conseguiu libertar 29.587 pessoas desse regime de trabalho em seis estados. No entanto, um dado corre na contramão dessa estatística. Desse total, 11,8 mil voltaram ao trabalho escravo por falta de oportunidade de emprego. O índice de reincidência, que chega a 40% em alguns estados, passou a ser o maior desafio do governo na erradicação do trabalho forçado no Brasil.

Foi mostrado pelo palestrante o que é o trabalho escravo, como funciona, como deve ser combatido, e também mostrou quais as penas que os empregadores que venham a ser descobertos podem sofrer por prática do crime. Frei Xavier, mostrou que só é possível combater esta prática caso haja denúncias, e deixou o telefone da fiscalização do Ministério do Trabalho que é o (61) 317-6720.

Segundo o presidente do Siticom, Vilmar Mendes Galvão, a palestra foi de extrema importância para os mais de 100 participantes do evento. “Foi muito boa, porque ficamos sabendo que em muitos casos, este tipo de crime está acontecendo bem nosso lado, como em Sorriso, onde vários trabalhadores estavam sendo escravizados em uma fazenda de catação de raiz”, destacou como exemplo.

Mato Grosso é o segundo Estado no país em casos de trabalho escravo, perdendo para o Pará, berço nacional da escravidão. A taxa de trabalhadores que voltam para as fazendas depois de libertados saltou de 25% para 40% em seis anos. A Delegacia Regional do Trabalho (DRT-PA) chegou ao cúmulo de resgatar seis vezes o mesmo trabalhador de quatro fazendas diferentes. Segundo a DRT, eles voltam porque não existe programa de inserção social que beneficie os trabalhadores libertados.




Fonte: Só Noticias

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