Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 11 de Maio de 2004 às 13:46

    Imprimir


Uma força-tarefa, composta por 15 homens da Polícia Federal (PF), chegou ontem de manhã em Juína, em duas aeronaves, e "tomou" um bolsa comercial de diamantes que funcionava clandestinamente em pleno Centro da cidade.

A equipe, sob o comando do delegado Cesar Martinez, da Delegacia da PF em Ji Paraná, Rondônia, aterrizou às 10 horas nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e outro da própria PF, desencadeando a "Operação Mamoré". Com mandado de busca e apreensão em mãos, emitido pela Justiça Federal de Rondônia, os policiais investigaram até as 16 horas os arquivos da firma irregular. No prédio da "Bolsa e Clube de Diamantes de Juína", que fica na Praça do Café, os homens da PF apreenderam documentos de todos os tipos, como extratos bancários, contratos com garimpeiros, além de cerca de 100 pedras preciosas, entre elas diamantes, ametistas e águas marinhas - algumas delas já lapidadas.

A Polícia Federal suspeita que os diamantes ali comercializados estariam sendo extraídos, ilegalmente, da reserva Roosevelt, que fica na divisa entre Mato Grosso e Rondônia. A reserva é dos índios cinta-larga, que mataram, mês passado, 29 garimpeiros. Eles mantinham, há anos, esta prática criminosa na área, o que provocou a revolta dos caciques. Ainda para a Polícia Federal os diamantes estariam sendo "lavados" em Juína, onde a mineração chegou a um ponto crítico, já que para obter bons resultados é preciso escavar fundo demais, o que gera altos custos. Uma vez "lavadas" em Juína, as pedras preciosas estariam seguindo para os demais "cantos" do país e do mundo.

Em dois computadores, também apreendidos, o delegado Cesar Martinez acredita que vai dados referentes à contabilidade da empresa.

Todo o material apreendido foi encaminhado para a superintendência da PF em Porto Velho, capital de Rondônia.

Ninguém foi preso, até porque os policiais não tinham mandado de prisão. Apenas um funcionário que estava na "loja" foi ouvido e liberado em seguida.

A casa de negociação de pedras preciosas funcionava, em Juína, há mais de 20 anos e era freqüentada por contrabandistas.

O proprietário, Hermes Lourenço Bergamini, já responde a um inquérito na Justiça Federal, em Cuiabá.

Esta operação faz parte de um conjunto de ações que visam combater o crime organizado, sobretudo os relacionados ao narcotráfico, à lavagem de dinheiro, ao comércio ilegal de armas e pedras preciosas.

A operação mobiliza 400 agentes de diversos órgãos da administração pública federal e estadual.




Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/383768/visualizar/