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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Maio de 2004 às 12:18

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Pelo menos 800 denúncias foram registradas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre Exploração de Crianças e Adolescentes em todo país, nos últimos oito meses.

A maioria delas, cerca de 600, são de casos de abuso e ocorreram no ambiente familiar. Pais e padrastos, ao invés de proporcionarem proteção aos filhos, continuam sendo os principais agressores.



A maioria das mães ainda se calam diante do problema. Em Mato Grosso, outro grave problema foi constatado pela CPMI: o turismo sexual. "A gente coletou relatos de meninas que participaram de embarcações do amor, no município de Cáceres. Podemos dizer que na verdade são embarcações do terror", afirma a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS).

Ela informa ainda que na região sudoeste (Cáceres, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, entre outros municípios do Estado, que tem uma fronteira seca de pelo menos 700 km com a Bolívia, meninas de até 11 anos são aliciadas e levadas em barcos, para o meio do rio, onde são vítimas de todo tipo de exploração, além de terem que consumir álcool e drogas.

Muitas delas acabam em cárcere privado porque os agenciadores "criam dívidas" impagáveis, que as mantêm impedidas de se desligar da rede de prostituição, formada por donos de postos de gasolina, motéis, boates, caminhoneiros e aliciadores.

Em todo Brasil, são pelo menos 241 rotas de tráfico nacional e internacional de mulheres e crianças. No Estado, são 33. As BR"s 364, 163 e 158 são as mais freqüentes. Cidades localizadas à beira dessas e outras rodovias são consideradas "de risco".

A deputada participou ontem, juntamente com a presidente da comissão, a senadora Patrícia Saboya (PPS/CE), de uma coletiva com a imprensa no Plenário da Assembléia Legislativa, antes de uma audiência pública sobre o assunto. "Já aprovamos a legislação que trata da violência doméstica. Também já propusemos algumas mudanças jurídicas, para que a violência sexual seja tratada como crime", salienta Maria do Rosário.

Segundo o promotor da Infância e Juventude de Cuiabá, José Antônio Borges, na prática, tem sido muito difícil desenvolver trabalho eficiente. "Venho tentando fazer com que motéis cobrem identificação dos seus freqüentadores, já que crianças e adolescentes são exploradas e abusadas anonimamente dentro deles, e até hoje nada aconteceu".




Fonte: A Gazeta

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