O cabo da Polícia Militar Benedito Xavier de Arruda, de 46 anos, que é suspeito de matar a ex-mulher Luciana Ferreira Fernandes, de 36 anos, com dois tiros no rosto e depois se matar com um tiro no ouvido, tinha registrado no dia 25 de maio deste ano um boletim de ocorrência contra Luciana. De acordo com informações relatadas no boletim de ocorrência, registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Planalto, o ex-marido contou que ele e Luciana discutiram naquele dia e que ela o empurrou. Benedito caiu em cima de uma moto e fraturou o pé. Por conta desse incidente o policial entrou de licença da PM.
Um vizinho do policial, Renato Dias de Amorim, que também é policial militar, relatou que o amigo enfrentava muita dificuldade com a separação e que isso pode ter contribuído para que cometesse o crime. “Eles brigavam direto”, afirmou o vizinho de Benedito Xavier.
Deste modo, segundo informações repassadas por Renato, Luciana estava convivendo com outra pessoa, mas uma ou duas vezes por semana ela aparecia na casa de Benedito. “Ele tinha aconselhado para ela parar com isso. No entanto, ela vinha para a casa dele. Ele gostava muito dela”, relatou o amigo do policial.
De acordo com familiares, o velório do casal ocorreu na manhã desta quinta-feira na casa onde o crime aconteceu. O enterro do policial e da ex-mulher dele foi realizado por volta das 14h.
O crime
O filho do policial, Gilson Xavier de Arruda, de 22 anos, disse à polícia que o crime ocorreu por volta das 13h desta quarta-feira (17) dentro do quarto do casal. Segundo Gilson, o pai e a madrasta estavam em processo de separação após um relacionamento de 18 anos. Nesta quarta-feira, Luciana foi até a residência dele para conversar com Benedito.
“Ela veio visitar meu pai. Aí eles se trancaram no quarto e depois nós ouvimos os tiros”, relatou Gilson Xavier ao G1. Ele disse que estava fazendo o almoço para os irmãos, que estavam na sala da casa, quando ouviu os dois primeiros tiros. Cerca de cinco segundos depois, ainda de acordo com Gilson, foi ouvido o terceiro disparo. Ele afirma que o casal foi encontrado caído no chão do quarto, próximo um do outro.
Violência contra mulher
De acordo com a Polícia Civil, a dificuldade em não aceitar a separação e o ciúmes são as principais causas de violência contra a mulher. Ente ano, segundo o Núcleo das Promotorias de Justiça Especializada no Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, já foram 14 mulheres assassinadas pelos companheiros e ex-companheiros.
Conforme o Ministério Público Estadual, as ocorrências de violência contra a mulher são registradas com frequência na capital e na cidade de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Nas duas cidades, no período de oito meses, já foram mais de 10 mil casos. Ainda de acordo com o MPE, as vítimas que denunciam os agressores acabam retirando a queixa e isso leva a mais ameaças e até agressões.
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