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Politica Brasil
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 17:10
Por: Camila Toscano

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Principal beneficiado com a decisão de hoje da Executiva Nacional do PMDB de se colocar contra a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), disse hoje avaliar que a proposta "acaba" com a renovação de lideranças políticas.

Primeiro a falar na reunião, Calheiros disse que prestaria "todas as homenagens" aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), "menos apoiar suas reeleições", por considerá-las "casuísmo".

"A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reeleição acaba com o instrumento de renovação de lideranças", afirmou Renan. "Presto todas as homenagens ao presidente Sarney e ao presidente João Paulo, menos essa."

Renan cobrou o cumprimento do acordo para eleição de Sarney firmado em janeiro de 2003, com a presença do ministro José Dirceu (Casa Civil), pelo qual o senador alagoano seria o principal nome para a sucessão de Sarney. Interlocutores próximos a Renan disseram que ele já teria a simpatia do líder do governo na Casa, Aloizio Mercadante (PT-SP), que participou da costura do acordo.

Bastidores

Dos 15 integrantes da executiva, apenas o senador João Alberto (PMDB-MA), ligado a Sarney, e Tadeu Filipeli (DF), ligado ao governador Joaquim Roriz (DF), ficaram a favor da reeleição. A mulher do ministro Eunício Oliveira (Comunicações) e tesoureira do partido, Mônica Oliveira, votou com a maioria.

O resultado da executiva --que começou a ser costurado na eleição para a presidência do PMDB, há pouco mais de um mês-- é um recado ao presidente Sarney de que ele não tem o controle sobre a legenda. Sua eleição ao posto máximo do Senado fortaleceu a relação junto ao Planalto, o que desagradou boa parte da sigla.

Reação

O presidente do Senado deve agora recorrer ao canal aberto com o Palácio do Planalto. A Folha Online apurou que Dirceu é o principal defensor da reeleição dentro do Executivo e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva á sinalizou que não irá se intrometer na disputa no Senado e no PMDB.

Renan e Sarney tem encarado a disputa como política e não personalizada. Na prática, não estão em pé de guerra, mas em rota de colisão.

O presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), também sai fortalecido com a posição de hoje da executiva, já que Sarney trabalhou contra seu nome na convenção.




Fonte: Folha Online /Brasilia

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