De sensação do futebol mundial à decepção na América do Sul. Atual campeão sul-americano, o Uruguai encerrou sua participação em 2012 nas eliminatórias da Copa do Mundo em queda livre. Nesta terça-feira, a Celeste não foi páreo para a Bolívia e para os 3.660 metros de altitude de La Paz e saiu goleada por 4 a 1 do estádio Hernando Siles. Foi a quarta partida sem vitória dos uruguaios, que somaram apenas um ponto nos últimos 12 disputados, marcando dois e sofrendo 12 gols. Carlos Saucedo, que foi às redes três vezes, foi o nome do jogo. Mojica, de falta, fechou o placar.
Momentaneamente, o Uruguai segue na quarta colocação das eliminatórias, com 12 pontos. No entanto, dependendo dos resultados da rodada, pode ser ultrapassado por Chile e Venezeula e terminar a terça-feira na sexta colocação, fora da zona de classificação para a Copa de 2014. Já os bolivianos, apesar do resultado expressivo e animador, ocupam a sétima colocação, com oito pontos.
O resultado também coloca em xeque o futuro do técnico Òscar Tabárez à frente do Uruguai. Muito questionado no país, o treinador recebeu um voto de confiança da Federação Uruguaia antes da partida, que garantiu a permanência de Tabárez, independente do resultado desta terça-feira. No entanto, a goleada deve aumentar ainda mais o tom das críticas, assim como a pressão sobre o técnico, considerado o principal responsável pelo ressurgimento do futebol uruguaio – quarto colocado na Copa de 2010 e campão da Copa América 2011.
Bolívia sufoca a Celeste
Nos 3.660 metros de altitude de La Paz, a Bolívia não deixou o Uruguai respirar. Desde o apito inicial, os bolivianos tomaram a iniciativa do jogo e, com um futebol envolvente, logo chegaram ao primeiro gol. Aos seis, após cobrança de escanteio, Saucedo apareceu livre na segunda trave para fazer 1 a 0.
Desfalcado de Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres – suspensos –, além de Cavani, que começou o jogo no banco por opção de Òscar Tabárez, o Uruguai não esbanjou reação. Com Forlán e Luis Suárez apagados, a Celeste acompanhou passivamente o show boliviano.
Aos 15, a Bolívia quase ampliou. O atacante Marcelo Moreno, do Grêmio, chutou forte de fora da área para a defesa de Muslera. Saucedo tentou no rebote, mas o goleiro uruguaio voltou a brilhar.
Uruguaios não vencem pelas eliminatórias desde junho (Foto: AP)
Muslera, porém, nada pôde fazer na bela cobrança de falta de Majica. Aos 26, o meia acertou o ângulo e ampliou: 2 a 0. O domínio boliviano era tamanho, que Òscar Tabárez – criticado por demorar a mexer na equipe – fez duas mudanças ainda no primeiro tempo. Aos 36, trocou Gargano e Maxi Pereira por Lodeiro, do Botafogo, e Cavani. As substituições, no entanto, pouco surtiram efeito.
Saucedo comanda a goleada
Três minutos foram suficientes para a Bolívia mostrar que o panorama seria o mesmo na etapa final. Após cobrança de falta da intermediária, Saucedo se antecipou ao goleiro e desviou de cabeça: 3 a 0.
O quarto gol veio na sequência e novamente com Saucedo. O atacante boliviano aproveitou cruzamento da esquerda, subiu mais alto do que a defesa uruguaia e fez o quarto boliviano e seu terceiro na partida.
Após o gol, a Bolívia pisou no freio. Visivelmente cansado, Marcelo Moreno deu lugar a Juan Carlos Arce, ex-Corinthians, aos 11 minutos.
No fim, a Celeste ainda conseguiu seu gol de honra, em bela cobrança de Luis Suárez, aos 35. Muito pouco para quem sonha em repetir daqui a dois anos o Maracanazo de 1950.
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