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Sábado - 10 de Abril de 2004 às 11:40

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Foram cerca de 4 horas de trabalho para retirar do meio das ferragens, o corpo do motorista Aparecido Jesus Saldotti, 43. Ele dirigia o caminhão Mercedes Benz, de Catanduva (SP), que se envolveu no acidente com uma van da empresa Executiva Tur, onde morreram 11 índios de etnias do Parque Nacional do Xingú.

Segundo o policial José dos Anjos Barroso, da Polícia Rodoviária Federal do Posto Gil, que atendeu a ocorrência, o corpo do motorista foi prenssado pelo motor e a carga de madeira. “O caminhão estava carregado com madeira serrada que veio para frente. O corpo dele ficou prenssado pelo motor e a madeira. Deu muito trabalho para que fosse retirado. Só conseguimos concluir os trabalhos por volta das 21h30 quando liberamos a pista”, relatou. A madeira, conforme Barroso tinha sido carregada em uma madeireira em Cláudia e estava indo para São Paulo.

De acordo com a PRF, o local onde o a tragédia aconteceu não é considerado perigoso. Barroso explicou que o trecho é uma reta, de boa visibilidade e o asfalto está em boas condições. De acordo com relato de testemunhas o motorista da van, Ivaldo Barbosa Leite, 49, fez uma ultrapassagem e quando retornava para a pista perdeu o controle do veículo e bateu de lado no caminhão, que vinha em sentido contrário, atingindo em cheio do meio para trás, provocando a morte na hora de sete índios. Os outros quatro morreram nos hospitais onde estavam sendo atendidos. Versão que também foi confirmada pelo motorista do caminhão ultrapassado, Reinaldo Bispo de Oliveira, 29, que também acabou se envolvendo no acidente mas não teve nenhum ferimento

O policial descartou a possibilidade de que a van tenha rodado na pista, conforme havia sido informado, pois não há sinais na pista e nem foi confirmado pelas testemunhas. O acidente foi ontem por volta das 16h cerca de 10 km de Nova Mutum. O corpo de Aparecido foi trasladado na madrugada de hoje para São Paulo onde morava com a família.

Segundo informações de pessoas ligadas a Ivaldo, ele fez uma cirurgia e está internado na clínica cirúrgica em observação no hospital regional de Sorriso. Quatro índios feridos, que estavam na van, foram levados para o pronto Socorro de Cuiabá e outros cinco para Sorriso. Hoje pela manhã um deles foi transferido para Cuiabá em estado grave.

Entre os índios mortos está o filho do cacique Raoni, líder indígena e de renome internacional.Raoni é conhecido em vários países do mundo pelo seu trabalho e no ano passado esteve em Sinop onde visitou escolas e esteve reunido com lideranças políticas, entre elas, o prefeito Nilson Leitão.

Os índios estavam retornando de Brasília, onde participaram de um encontro indígena e embarcaram na van em Cuiabá, iriam até Colíder onde o fica o posto da Funai e, de lá, para suas aldeias.

Morreram os seguintes índios:

Bebin Metuktire, Piopore Metuktire, Nori Caiapó, Kangrire Caiapó, Bep-I Metuktire, Kudjore Tchucakata, Karinhoti Tchucamarae, Petkrare Metuktire, Katungri Metutire e o cacique Bepikun Caiapó.

Os corpos estão sendo traslados de avião para as aldeias




Fonte: Só Noticias

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