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Politica Brasil
Segunda - 15 de Outubro de 2012 às 21:59

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Valter Campanato/Agência Brasil
Decisão do TRF-1 não deve tirar Carlinhos Cachoeira da prisão
Decisão do TRF-1 não deve tirar Carlinhos Cachoeira da prisão

O juiz Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), concedeu, nesta segunda-feira, liminar em favor de Carlos Augusto Ramos Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira. A decisão monocrática determina a imediata soltura do réu - se por outro motivo não estiver preso, o que não é o caso. Cachoeira também está preso por acusações contidas da Operação Saint Michel, do Ministério Público do Distrito Federal.

O contraventor está preso preventivamente há mais de sete meses na Penitenciária da Papuda, por decisão da 11.ª Vara Federal de Goiânia (GO), em decorrência da Operação Monte Carlo da Polícia Federal (PF). No mês passado, a defesa pediu o relaxamento da prisão, mas o habeas-corpus foi negado pelo juiz Daniel Guerra Alves, no dia 28 de setembro.

A ação judicial ainda está em fase de instrução na primeira instância. A pedido da defesa, o juiz Tourinho Neto havia determinado que as operadoras telefônicas fornecessem as senhas que deram aos policiais federais, e informassem quando foram dadas, e quando e por quem foram acessadas. A medida é necessária para aferir a legalidade e legitimidade das interceptações telefônicas feitas pela PF. O cumprimento dessa diligência, contudo, ainda não ocorreu. "É inadmissível que a liberdade do paciente esteja nas mãos das operadoras", afirmou Tourinho Neto, na liminar.

Caso haja recurso dessa decisão, o pedido de soltura será analisado pela 3.ª Turma do Tribunal, composta por três magistrados. A turma reúne-se às segundas-feiras, semanalmente, e às terças-feiras, quinzenalmente.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.





Fonte: Terra

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