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Economia
Domingo - 04 de Maio de 2014 às 14:53

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Quem nunca sonhou em passar uma temporada fora do País para aprender uma nova língua, conhecer outras culturas e aprimorar o currículo? No entanto, pelo investimento não ser nada baixo, ficando na média de R$ 30 mil para um ano estudando na Europa ou nos Estados Unidos, um bom planejamento é imprescindível.

A escolha da localização, o tipo de curso e a duração tem de ser muito bem pensados para obter o retorno esperado e a experiência não valer apenas como crescimento pessoal, mas também profissional.

Planejamento é fundamental para que o programa de intercâmbio seja válido para a carreira

Há 15 anos, os tipos mais comuns de experiência internacional eram os programas de high school – nos quais jovens de 14 a 16 anos passam um ano fazendo o equivalente ao ensino médio brasileiro no exterior e morando com uma família estrangeira – e os cursos de línguas, que normalmente atraem pessoas a partir dos 18 anos e que não necessariamente vão se hospedar em casas de famílias, podendo até trabalhar, dependendo das regras de imigração do país em que estiverem.

Hoje, são inúmeras as opções de pacotes que reúnem cursos de línguas, cursos específicos e até estágios em empresas dos mais diversos países, facilitando a possibilidade de o jovem profissional ser assertivo na sua escolha e aumentar as chances de alavancar sua carreira quando regressar para o Brasil, já que o mercado de trabalho valoriza estas experiências.

“Além da questão idiomática, existe também a experiência em si e o amadurecimento decorrente dela. O fato de a pessoa ter acesso a culturas diferentes faz com que ela também saiba lidar com situações diferentes. Ela fica mais apta a gerir conflitos”, conta o consultor em RH, Edson Balestri, da ManpowerGroup. “Isso é válido para as empresas, principalmente as que são multinacionais, ou que têm relações comerciais e políticas com empresas internacionais”, diz.

Para a coach de carreiras Dayse Gomes, a capacidade de adaptação a culturas e hábitos diferentes é um dos maiores diferenciais de um profissional que passou um período fora do País, principalmente para ocupar cargos de liderança.

“[O profissional] é capaz de se adaptar ao inglês, é capaz de trabalhar com um americano, é capaz de entender como um francês pensa. Não importa se ele só foi para um lugar, ele vai conseguir conviver com o diferente. Isso é um grande ganho dentro das empresas”, conta.

No entanto, para tirar o melhor proveito possível da experiência, é preciso estar preparado e com os planos muito bem traçados. Os novos pontos turísticos, as inúmeras opções de lazer diferentes das daqui e as pessoas de outras culturas são ótimas para aumentar nossa bagagem cultural, mas podem facilmente desviar o foco dos intercambistas dos estudos e do trabalho.

O melhor momento para viajar

“Às vezes o intercâmbio é confundido com uma viagem de férias. A pessoa acha que está indo para brincar”, comenta Dayse, que diz que o programa de high school não é o mais recomendável para os pais que querem investir nos filhos pensando em suas carreiras. “Existe um momento mais apropriado. Se você está querendo fazer um único investimento, por você ter uma situação mais restrita, quanto mais claro o propósito estiver, mais rica vai ser a experiência”, fala.

Isto não quer dizer que os intercâmbios de high school não sejam valorizados no mercado. O tipo de aproveitamento vai depender de cada pessoa. No entanto, segundo Balestri, é mais comum ver um desenvolvimento profissional maior quando a experiência acontece quando a pessoa está mais madura. “Em geral, observa-se que os intercâmbios em universidades, em que a pessoa já está se preparando para o mercado de trabalho, podem ter uma assertividade melhor. Ela já sabe qual é o direcionamento profissional que ela quer, diferente de uma pessoa que está no colegial e ainda vai definir”, observa o consultor.

A diretora educacional da Central de Intercâmbio (CI), Tereza Fulfaro, lembra, porém, que mesmo que os pais tenham investido toda a poupança mandando o filho para um intercâmbio em high school, isso não significa que o jovem perdeu a chance de fazer outros cursos no exterior futuramente. “Em universidades, principalmente, existe a possibilidade de bolsas de estudo. Então este jovem, que não tem mais possibilidade financeira, tem meios de diminuir os custos e realizar um segundo intercâmbio", observa.

De qualquer maneira, mesmo que o jovem decida fazer a viagem um pouco mais tarde e opte por cursos específicos, a preparação deve começar desde cedo. Para ingressar nas universidades estrangeiras ou fazer cursos profissionalizantes é preciso ter um certo nível de proficiência na língua em que as aulas são ministradas.

Pesquisar é fundamental

De acordo com Tereza Fulfaro, a procura por cursos internacionais voltados para a carreira cresce cerca de 40% ao ano, na mesma proporção que o programa de high school. “Os profissionais que mais procuram especialização fora são das áreas de marketing, negócios, jornalismo e administração”, comenta.

É preciso ressaltar, no entanto, que ter uma experiência no exterior no currículo não é garantia de emprego. O profissional tem de absorver as novas culturas e o aprendizado do curso para conseguir aplica-los no dia a dia do trabalho. Quanto mais assertiva for a escolha do programa de intercâmbio, maior a possibilidade de que a viagem tenha o resultado esperado.

Para ajudar o profissional a fazer esta escolha, algumas agências de intercâmbio oferecem aconselhamentos. Durante alguns encontros, os consultores avaliam a personalidade e as intenções dos interessados em estudar fora, fechando o leque de opções de programas até chegar naquele que se encaixa melhor com o que eles procuram. “É um diagnóstico. É um trabalho de ouvir e conversar. O investimento se torna muito mais seguro”, aconselha a gerente de cursos da agência Student Travel Bureau (STB), Márcia Mattos.

É necessário também ter cuidado na escolha da agência que oferece os pacotes de intercâmbio, para não ser enganado. Procure empresas com bastante tempo de mercado e converse com ex-intercambistas para saber como foi a assistência antes, durante e depois do intercâmbio.

Com todos os cuidados tomados, o que resta é fazer as malas e aproveitar o que pode ser uma das melhores experiências de sua vida pessoal e profissional.





Fonte: DO IG

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