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Policia MT
Sexta - 26 de Setembro de 2014 às 19:12

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Danilo Bezerra/ Olhar Direto

Documentos apreendidos pela Polícia Federal na residência do ex-secretário de Estado Eder Moraes, em 20 de maio deste ano, apontam, segundo a Polícia Federal, que o suplente de deputado Gilmar Fabris (PSD) seria também parte do esquema de empréstimos empregando as empresas de Gércio Mendonça, a Globo Fomento Mercantil e a Amazônia Petróleo e evidenciam que Moraes a Fabris mantinham uma relação de amizade. Moraes, de acordo com a PF, seria o principal mentor de fraudes contra o sistema financeiro que beneficiava a um grupo político no Estado.

Os dois possuem em comum o fato de figurarem como indiciados por participação em um esquema na emissão de cartas de crédito que ocasionou rombo no valor de R$ 493 milhões aos cofres públicos por crimes de violação de sigilo funcional, falsificação de papéis públicos e formação de quadrilha, em uma ação desarticulada no ano passado por meio de uma investigação realizada pela Delegacia Fazendária de Mato Grosso.

Informações extraoficiais dão conta de que os depoimentos de Eder Moraes à Justiça Federal realizados em julho e no mês de agosto teriam subsidiado a deflagração da nova fase da ação Ararath, onde foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Ribeirão Preto (SP). Moraes prestou esclarecimentos à Justiça por quatro dias e cada um deles teve duração de mais de seis horas. Nesta manhã, após o apreensão de documentos e mídias em sua residência no bairro Santa Rosa, Fabris foi questionado pela imprensa sobre a ação e se recusou a prestar qualquer declaração.

A ligação entre Fabris e Eder é citada em inquérito da Polícia Federal durante a deflagração da quinta fase da operação Ararath, onde foi realizada a apreensão de 72 notas promissórias que evidenciam a grandiosidade das cifras negociadas e que contabilizam um total de R$ 247,7 milhões, em um esquema clandestino de operações financeiras efetuadas no período de 2008 a 2011. A apreensão foi realizada na casa de Moraes, no condomínio de luxo instalado na estrada de acesso ao Distrito de Nossa Senhora da Guia.

Em uma dessas notas promissórias, no valor de R$ 1,4 milhão, com vencimento em 10 de agosto de 2009, chama a atenção pelo registro encontrado no verso: “Amigão, irmão, brother! Assunto G.F 1,3 mm sem problemas, 60 dias”. As iniciais que Eder escreveu, com o próprio punho - de acordo com a PF - indicam que a transação ilegal teria beneficiado o suplente de deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), de acordo com informações descritas no inquérito policial assinado pelo delegado Wilson Rodrigues de Souza Filho, em investigações conduzidas pelas delegacias de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos e Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado.

Em entrevista no dia 11 de setembro ao programa Resumo do Dia, Moraes afirmou que a PF fez cometeu equívocos ao apontar o desvio de dinheiro público por ele. Sobre os documentos apreendidos em sua residência declarou que são negócios particulares. Afirmou que jamais usou dinheiro público para qualquer tipo de negócio e que é vítima de um esquema orquestrado pelo empresário delator do esquema, Gércio Mendonça (Júnior Mendonça).

Em entrevista ao Olhar Direto no último dia 10 de julho, Fabris ratificou que nunca se beneficiou de esquema algum e atuou em uma função inerente a seu cargo, no atendimento a grupos, sindicatos, associações que procuram auxílio de parlamentares.

“Minha atuação foi de interlocutor apenas. Já havia uma demanda judicial e os agentes já tinham ganho em toda as instâncias a quantia de R$ 1,2 bilhões. Vieram até minha pessoa para que eu atuasse como interlocutor com o governo pois tinham a intenção de um acordo onde o Estado teria uma redução de quase R$ 700 milhões do que estava sentenciado a pagar. O Maggi, governador na época, disse que iria repassar a Procuradoria a proposta. Se passaram dois anos para que os pagamentos fossem feitos, após passar pelo crivo do Ministério Público, de todas as secretarias até que se firmou o acordo de pagamento de R$ 480 milhões líquidos”.

Nessa manhã a reportagem tentou contato, inúmeras vezes, por meio de telefone celular com o suplente de candidato, sem sucesso.





Fonte: Olhar Direto

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