Permanência da Grécia da Zona do Euro será discutida nesta segunda-feira (22) Sem dinheiro, país não conseguirá pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI, o que aumenta o risco de uma saída dele da zona do euro
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse nesta segunda-feira (22) em Bruxelas, Bélgica, onde ocorrerá uma cúpula de emergência da zona do euro, que é tempo de encontrar uma "solução substancial" que permita à Grécia voltar ao crescimento dentro da região.
Domingo: Grécia apresenta nova proposta a credores antes de cúpula de emergência
Alexis Tsipras encontra-se com o presidente grego Karolos Papoulias no dia em que é empossado (26/01/2015)
Alexis Tsipras encontra-se com o presidente grego Karolos Papoulias no dia em que é empossado (26/01/2015)
A rápida declaração à imprensa aconteceu antes de a autoridade se reunir com o presidente do Executivo comunitário, Jean-Claude Juncker, na sede do Conselho Europeu, em Bruxelas.
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Esta segunda é um dia-chave para a Grécia e a zona do euro, com uma reunião de emergência dos 19 chefes de Estado e de governo dos países que partilham a moeda única. Depois de cinco meses, Atenas, a capital grega, e os credores (representados pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu) não conseguiram chegar a um acordo que permitisse libertar o valor de 7,2 bilhões de euros tão necessários aos cofres públicos do país.
Além do
Além das várias reuniões que ocorrem hoje em Bruxelas, em Frankfurt, na sede do Banco Central Europeu (BCE), já foi realizado um encontro para avaliar novamente a liquidez do setor bancário grego, depois da intensa fuga de depósitos da semana passada, de mais de 3 bilhões de euros, e quando os pedidos de retirada de depósitos para esta segunda-feira chegam a 1 bilhão de euros.
O BCE voltou hoje a elevar a liquidez de urgência aos bancos gregos, admitindo que os governadores da instituição poderão voltar a fazê-lo "a todo o momento", se for necessário.
Uma fonte bancária grega citada pela agência francesa AFP adiantou que "os governadores podem reunir-se a todo momento" para tomar nova decisão de ajuda às instituições financeiras gregas, se isso for necessário, "ainda hoje ou amanhã [terça-feira]", em função do resultado das negociações em curso em Bruxelas entre o Executivo de Atenas e os seus credores internacionais, no dia de um Conselho Europeu extraordinário para debater o problema.
Desde fevereiro - quando o programa de resgate da Grécia foi estendido até junho - se arrasta o processo de negociações entre Atenas e os credores sobre as reformas a serem adotadas pelo país. Houve mudanças na equipe de negociadores, mensagens contraditórias, confrontos, fugas de informação e, sobretudo, poucos avanços.
O governo do partido de esquerda Syriza admite agora alterar o imposto sobre o consumo (IVA) em alguns alimentos ou hotéis para aumentar as receitas fiscais, mas recusa a subida em 10 pontos percentuais no IVA sobre a eletricidade.
Nas pensões, aceita o fim das reformas antecipadas no próximo ano, mas os credores querem muito mais, como o corte das pensões que represente uma poupança de 1,8 milhão de euros em 2016.
A questão-chave para o Executivo grego passa, no entanto, pela aceitação, por parte dos credores, de uma reestruturação da dívida pública, que equivale a 180% da riqueza produzida por ano no país.
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