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Nacional
Sexta - 27 de Novembro de 2015 às 15:20

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Mapa do serviço Geológico dos Estados Unidos mostra terremotos ocorridos na região da Cordilheira dos Andes, próximo à fronteira com o Brasil, entre 1900 e 2014 (Foto: Serviço Geológico dos Estados Unidos/Reprodução)Mapa do serviço Geológico dos Estados Unidos mostra terremotos ocorridos na região da Cordilheira dos Andes, próximo à fronteira com o Brasil, entre 1900 e 2014; parte deles com epicentro no Acre (Foto: Serviço Geológico dos Estados Unidos/Reprodução)

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília registrou 18 abalos sísmicos na região de Tarauacá, no Acre, desde os terremotos de magnitude 7.4 e 7.1 registrados na noite de terça-feira (24). Os primeiros abalos ocorreram em um intervalo de dez minutos e puderam ser sentidos em pelo menos mais seis cidades do estado – Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Sena Madureira, Xapuri e Santa Rosa do Purus –, além de municípios em Rondônia e Amazonas.

Chefe da instituição, o professor George Sand afirma que apenas quatro tremores tiveram magnitude acima de 5 e por isso foram sentidos pela população (os de terça, o de 6.4 na quinta e o de 5.1 nesta sexta). Segundo ele, a região fica em cima de uma área limite entre placas tectônicas e registra atividade sísmica com frequência. O local, afirma, é o mesmo que dá origem aos terremotos do Chile.

Além disso, de acordo com o professor, novos tremores devem ser sentidos no Acre. “Esses tremores menores decorrem do primeiro. O tremor tem característica exponencial, ele libera a energia e prossegue pelos próximos dias. Com o tempo diminui. Não dá para estimar por quanto tempo este ainda vai durar.”

De acordo com Sand, a sensação de aumento na atividade sísmica na região pode ser explicada por dois motivos: uso de equipamentos mais precisos, que permitem maior agilidade na divulgação da informação, e aumento da população ao longo do tempo na região. O monitoramento de tremores começou há um século. A idade do planeta é estimada em 4 bilhões.

“Se a gente tivesse ali uma capital do país ou uma cidade como São Paulo, a gente estaria meio em pânico”, explica. “Se esse terremoto de 7.4 fosse abaixo de uma cidade como São Paulo, a gente estaria preocupado por causa do número de prédios, dos riscos que poderia trazer para as estruturas.”

Histórico dos abalos
Um terremoto de magnitude 5.1 atingiu o município de Tarauacá, na madrugada desta sexta-feira (27). O epicentro do tremor ocorrido à 0h52 (3h52 em Brasília) foi situado 136 km ao sudoeste de Tarauacá a 627 km de profundidade. A cidade acreana fica a 400 quilômetros de Rio Branco

Um outro terremoto de magnitude 6.7 atingiu Tarauacá na madrugada da quinta-feira (26). O tremor foi registrado à 0h45 (3h45 em Brasília), a uma profundidade de 604 km.

Na terça (24), dois tremores ocorreram na região, próximo à fronteira entre Peru e Brasil: um de 7.4 e 7.1, por volta de 21h, com intervalo de dez minutos entre eles. Eles ocorreram a 602 km de profundidade.

Sobre abalos
Os tremores são geralmente causados pela movimentação das placas tectônicas – um grupo de 12 grandes blocos da crosta terrestres onde estão assentados os oceanos e continentes. O registro mais intenso aconteceu em Valdívia, no Chile, em 1960. Ele obteve 9,5 graus na escala Richter, provocando um grande tsunami que atingiu ilhas do Havaí, a dez mil quilômetros de distância.

Há ainda terremotos induzidos por atividades humanas. Falhas em projetos podem provocar abalos durante o enchimento de lagos artificiais de barragens, perfuração de minas profundas e extração de gás e petróleo.

A intensidade dos abalos é avaliada por meio da escala Richter – uma escala logarítmica de base 10, que atribui um número de 1 a 9 para quantificar a energia liberada por um sismo.

Em geral, eles começam a ser sentidos pela população quando ultrapassam os 3 pontos. Nessa faixa, já são capazes de mover mobílias e derrubar objetos de prateleiras, além de quebrar pratos e janelas e balançar sinos de igrejas. Árvores e arbustos também sofrem oscilações.

Quando atingem magnitude igual ou maior que 5, os terremotos causam trincas e conseguem derrubar construções mais frágeis.





Fonte: Do G1 DF

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