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Saúde
Quinta - 10 de Junho de 2021 às 08:35
Por: Allan Pereira e Patricia Sanches/RD News

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TV Brasil

Após o número de mortes de grávidas por Covid-19 dobrar em 2021 em relação ao ano passado, ginecologistas e obstetras mato-grossenses defendem a vacinação de gestantes e puerperais sem comboridades. O Ministério da Saúde orienta até o momento a imunização apenas daquelas que possuem condição de risco para o coronavírus. A Sociedade Mato-grossense de Ginecologia e Obstetrícia (Somago) pede ao Governo que inclua este grupo no plano de imunização, como tem feito alguns Estados do país, como São Paulo.

Segundo a vice-presidente da Somago, Giovana Furtado, ainda que as grávidas não tenham comorbidades, elas são de risco alto para a Covid-19. Isso por que a gravidez pode aumentar os riscos de uma trombose – entupimento das artérias do pulmão, coração ou cérebro por um coágulo sanguíneo. As puerperais, período do pós-parto em que os órgãos internos retomam ao estágio anterior a gravidez, também têm risco de 20% de trombose em até 42 dias depois do nascimento do filho.

Estamos vendo outro cenário este ano. As grávidas contraem o vírus, complicam e tem o óbito materno e também o fetal

Vice-presidente da Somago, Giovana Furtado

Por isso, muitas mulheres gestantes acabam evoluindo para casos mais graves quando são infectadas pelo coronavírus. A ginecologista conta que os profissionais estão vendo o aumento de grávidas com Covid-19 em UTI e não só daquelas com comorbidades, mas de jovens saudáveis também. Diz que são muitos os casos em que a continuidade da gestação é feita na própria UTI, ou o parto tem que ser antecipado.

"Estamos vendo outro cenário este ano. As grávidas contraem o vírus, complicam e tem o óbito materno e também o fetal. A vacina é importante para segurar e diminuir [esses números]. Sou muito a favor da vacinação. Acho que o governo deve preconizar a imunização de grávidas e puerperais", diz a ginecologista.

Número dobrou

Em Mato Grosso, o número de mortes de gestantes por Covid-19 quase dobrou em 2021 em relação ao ano de 2020, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Foram registradas 17 mortes durante todo o ano passado. Em 2021, em cerca de cinco meses, já são 31 casos, sendo que os meses de março e abril, juntos, foram os períodos com maior ocorrência (25 óbitos).

Giovana cita que Mato Grosso deveria seguir Estados como São Paulo e Amazonas, que já fazem a vacinação de grávidas sem comorbidades, independente da idade gestacional. Também recomenda que as mulheres no pós-parto já sejam indicadas buscar a vacinação. Ela pontua que é mais importante vacinar do que pensar no efeito adverso dela.

Atualmente, apenas as vacinas CoronaVac e Pfizer estão sendo indicadas para aplicação em grávidas (com comorbidades). A ginecologista cita ainda estudos iniciais para usar doses de diferentes fabricantes para a completa imunização, como dar a primeira dose com a Coronavac e a Pfizer na segunda. Contudo, ela reforça que essa possibilidade é muito inicial e ainda está sendo estudada pelos pesquisadores.

A exceção é que as grávidas não sejam imunizadas pela Astrazeneca. O Governo Federal suspendeu a aplicação dessa fabricante por conta da morte de uma grávida em decorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC), após receber a aplicação da vacina britânica. A ginecologista pontua que a grávida, que já recebeu a primeira dose desse imunizante, não procure a segunda. As puérperas também não devem ser vacinadas com ela, a não ser que haja recomendação do médico obstetra.





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