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Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Domingo - 05 de Agosto de 2012 às 20:40

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Reprodução
A investigação que resultou na prisão de jovens de classe média suspeitos de integrar a "gangue dos playboys" revela como eles agiam e como gastavam o dinheiro das vítimas em festas, bebidas e roupas caras.  Nesta semana, a polícia identificou 14 suspeitos de participação em 35 sequestros realizados em cerca de um ano e meio no Brooklin, Vila Olímpia e Campo Belo, bairros de classe média de São Paulo.

Neste domingo (5), reportagem do Fantástico mostrou que  a quadrilha fazia festas à beira da piscina em casas alugadas. Em uma foto, os "playboys" mostram as compras: 91 garrafas de uísque, 52 de vodca e 24 de tequila. Cerca de R$ 11 mil em bebidas.

O sítio com muros altos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, era um dos lugares que a quadrilha frequentava em busca de diversão.  Os jovens não perceberam, mas já eram gravados por investigadores.

“A gente precisou fazer algumas incursões. E com as incursões, com as informações que a gente tinha, a gente conseguiu chegar a todos eles”, conta o investigador Fernando Ferreira.

Sem limite
“Pelo que a gente viu na investigação,  muito deles tinham vidas boas, os pais auxiliavam. Alguns deles têm carros próprios que os pais deram, fazendo faculdade, mas acredito que eles acharam que era pouco, queriam mais demonstrar que tinham mais coisas além do que os pais poderiam lhes promover”, aponta o delegado Eduardo de Camargo Lima.

A polícia cumpriu mandados de prisão de quatros suspeitos. Outros cinco já estavam presos. Até agora, um foi julgado. Bruno Rodrigues Guedes de Jesus, de 21 anos, foi condenado a nove anos de prisão por um dos 22 crimes que cometeu.

Um vídeo mostra quando, na saída de um supermercado, uma mulher é a surpreendida. “Entrou comigo dentro do carro com mais outra pessoa e pediu os cartões. ‘Eu quero cartão, sua carteira com os cartões. A gente quer fazer saque, na sua conta’. Falaram que iam entregar o cartão para outro carro. Eu tentei olhar. Um rapaz apontou a arma: "não olha, não olha”, conta a vítima.

Em outro vídeo é Juliano de Souza Rosa, de 22 anos -  um universitário que estuda análise de sistemas - quem compra camisas caras e perfumes. Em cada ataque, o grupo vai ao limite dos cartões das vítimas.

“O prejuízo total foi de R$ 12,6 mil entre o que eles sacaram. O celular, o óculos de marca, mais R$ 40 que eles tiraram, mas os gastos com compras que eles compraram pelo extrato que eu pude ver da minha conta eles compraram bebidas, gasolina”, conta a vítima.

Segundo uma vítima, Juliano era o mais violento. “Duas coronhadas no rosto e até cheguei a tomar ponto. Foram bastante violentos. O outro parceiro falou assim: ‘dá na perna, dá na perna, para ele não correr’”, conta.

O Fantástico localizou a casa de três dos "playboys". Envergonhados e assustados, os pais deles não quiseram aparecer. Só a mãe de um deles aceitou falar por telefone. Michael Douglas do Nascimento, de 19 anos, é estudante do primeiro ano da faculdade de Engenharia. A reação dela é de uma mãe surpresa.

"Eu não acredito, não. Eu conheço meu filho há 19 anos. Eu convivo com meu filho há 19 anos. E eu sei que meu filho não é bandido. Ele nunca chegou com objetos estranhos em casa."






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