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Meio Ambiente
Terça - 31 de Agosto de 2021 às 06:34
Por: Por Kessillen Lopes e Emilly Cassim, G1 MT e TV Centro América

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Usina de Manso, em Cuiabá, está operando com 19% da capacidade total — Foto: AC Junior/Furnas
Usina de Manso, em Cuiabá, está operando com 19% da capacidade total — Foto: AC Junior/Furnas

A Usina de Manso, em Cuiabá, está operando com 19% da capacidade total devido ao baixo nível do reservatório neste período de estiagem na capital. A capacidade máxima da usina é de 210 megawatt e, atualmente, a produção média é de 40 megawatt.

De acordo com a Furnas Centrais Elétricas, o reservatório está com uma elevação de 279,46 metros, o que representa um volume de 14,63% do total.

"A Furnas cumpre estritamente as determinações dos órgãos reguladores na operação dos empreendimentos hidrelétricos sob sua concessão. Os níveis dos reservatórios e a energia despachada são programados pelo ONS, responsável por operar o conjunto de reservatórios brasileiros de forma integrada, com o objetivo de garantir a segurança energética", explicou.

Durante uma reunião da Sala de Crise do Pantanal, no dia 4 de agosto, um representante da usina afirmou que o reservatório corre o risco de zerar em outubro, caso a estiagem continue.

Ao G1, o pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Marcelo Parente Henriques, explicou que o baixo nível dos rios já estava previsto para este ano devido aos impactos sofridos em 2020.

"O Rio Cuiabá tem atingido valores mínimos nesses últimos meses. Após a construção da usina, o rio passou a ter uma vazão controlada. Nem toda chuva que cai antes da barragem se transforma em volume de água, pois o operador é quem controla", explicou.

Para tentar evitar que o reservatório fique seco, a usina está trabalhando com apenas dois geradores. Segundo Marcelo, esse é o menor número de máquinas funcionando no local desde a crianção, em 1999. No entanto, com o baixo volume, os operadores estudam a possibilidade de desligar mais um gerador.

"A ideia é ganhar um tempo maior de vida útil do reservatório. No entanto, com isso, o volume de água liberado para o Rio Cuiabá se torna menor", explicou.

Segundo Marcelo, o primeiro impacto com a diminuição desse volume de água é a redução da capacidade de diluir poluentes. "Uma cidade como Cuiabá, junto com Várzea Grande, tem que ter um volume alto para atender todas as demandas", pontuou.

A expectativa é que no mesmo período em que o reservatório corre o risco de secar, outubro, ocorra chuvas um pouco mais intensas na capital, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso pode evitar o esgotamento de água do reservatório.

Reservatório de Manso atinge 427 km² de dois municípios de MT — Foto: Assessoria/Furnas

Reservatório de Manso atinge 427 km² de dois municípios de MT — Foto: Assessoria/Furnas

Usina de Manso

A Usina de Manso, construída em parceira com a iniciativa privada, está localizada no Rio Manso, principal afluente do Rio Cuiabá.

Com potência instalada de 210 MW, a usina foi projetada para atender ao conceito de usos múltiplos do reservatório e da água. Entre os benefícios do aproveitamento múltiplo de manso, destaca-se o de regularizar os ciclos de cheias e secas do Rio Cuiabá, contribuindo para reduzir os danos socioeconômicos.

As maiores hidrelétricas em Mato Grosso são Dardanelos, com capacidade para gerar 261 megawatts, Teles Pires, com geração de 1.820 megawatts, Guaporé, 120 megawatts, e a Usina de Manso, com capacidade para gerar 210 megawatts.





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