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Agronegócios
Quarta - 01 de Setembro de 2021 às 20:47
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiaba

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Condições climáticas passam a ser maior preocupação entre os produtores
Condições climáticas passam a ser maior preocupação entre os produtores

A chegada das chuvas passa a ser fator determinante para a tomada de decisão dos produtores de soja, em Mato Grosso, a partir de setembro. A chuva registrada em vários pontos do Estado na madrugada deste domingo serviu para regar as esperanças por um ciclo bem servido de chuvas, ao contrário do que se vivenciou em igual mês do ano passado, quando a safra 2020/21 começava a ser plantada. O mercado de clima começa a tomar conta de todos os agentes envolvidos com a cadeia da soja. É a partir dele que estratégias de cultivo, formação de preços, prazos de entrega e até mesmo a safrinha de milho ou de algodão começam a ‘andar’, visando já os frutos da nova safra.

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), “com o mês de setembro se aproximando no Estado, o foco dos players se volta para a previsão climática, que promete bons volumes para o Brasil, com exceção da parte sul”.

Segundo o modelo climático Ensemble Mean, previsto pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o mês próximo mês deve receber volumes de chuvas acima da média dos últimos anos em Mato Grosso, o que pode favorecer uma semeadura mais adiantada em comparação com a safra 2020/21.

Com relação a outubro, período crucial para o desenvolvimento do grão, o órgão norte-americano traz volumes favoráveis para Mato Grosso, o que deve ajudar a aliviar o déficit hídrico no solo, fator fundamental para garantir a germinação das sementes. Vale ressaltar que, embora sejam esperados bons volumes de chuvas, é importante que ocorra uma uniformidade na distribuição inicial das precipitações, cenário oposto ao observado no início da temporada anterior.

Mato Grosso, maior produtor de soja do País, tem como tradição dar o start nacional da nova safra em setembro, após o fim do período proibitivo do Vazio Sanitário, que se encerra no dia 15, após 90 dias de vigência. É esse plantio mais cedo que oportuniza o Estado a fazer também uma grande segunda safra, dentro de um mesmo ciclo anual.

PROJEÇÃO – Conforme a quarta Estimativa da Safra de Soja – 2021/22 atualizada pelo Imea no início de agosto, a expectativa de área cultivada de soja foi ajustada em 0,27% ante a terceira estimativa e 3,59% se comparada com a temporada 2020/21, totalizando 10,84 milhões de hectares. “O novo aumento nesta estimativa de área no Estado deve-se à uma melhor clareza das expectativas por parte dos agentes regionais de mercado com aproximação da semeadura, além dos ‘drivers’ já relatados por aqui nos últimos relatórios, como a disponibilidade de áreas favoráveis para a conversão em agricultura e os preços comercializados do grão em níveis elevados”.

Com relação às produtividades, para a safra 2021/22 serão mantidas as 57,52 sc/ha do relatório anterior, variação de 0,17% acima do observado na temporada 2020/21. Sendo assim, se confirmada a área a ser cultivada e a produtividade no Estado, a produção da oleaginosa pode ser elevada em 3,77% ante a última temporada, totalizando uma estimativa de 37,41 milhões de toneladas em Mato Grosso.

No que tange às regiões, o maior aumento ante ao relatório de julho fica com a nordeste (+1,02%), que deve atingir 2,04 milhões de hectares para a cultura da soja na safra 2021/22. Com este aumento, a região deve crescer 5,40% em relação à safra 2020/21, motivado pela disponibilidade de áreas favoráveis para a conversão na região. Além disso, a noroeste deve ampliar sua estimativa ante julho e então crescer 3,96% em comparação ao ciclo anterior.

CUSTO MAIOR – Ainda em agosto, o Imea trouxe dados sobre o custo de produção ponderado da soja em Mato Grosso, para a safra 2021/22, que trouxe novos aumentos nos comparativos mensais – ante junho e julho -.

O principal ajuste foi no custeio da soja GMO, que apresentou elevação de 0,58%, impulsionado pela valorização do câmbio no último mês, o que acabou encarecendo alguns insumos importados e cotados a dólar, como os inseticidas (+1,34%), macronutrientes (0,80%) e herbicidas (0,20%). Com isso, o custeio ficou estimado em R$ 2.868,39/ha.





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