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Politica Brasil
Sexta - 22 de Julho de 2022 às 08:43

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Eduardo Anizelli/Folhapress
Homem é carregado por moradores após operação policial no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio
Homem é carregado por moradores após operação policial no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou a morte do cabo Bruno de Paula Costa em operação no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (21).


A ação durou cerca de 12h e deixou ao menos 18 mortos. Representantes das corporações afirmaram, em entrevista a jornalistas, que esse é um balanço parcial. Os corpos ainda estão sendo identificados pela Polícia Civil.


Bolsonaro aproveitou o episódio para criticar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), de que apenas operações excepcionais podem ocorrer no estado enquanto durar a pandemia, e comparou o Rio de Janeiro a filmes de cowboy.


Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro disse que acompanhou a operação policial para a "adoção das providências cabíveis". O órgão foi comunicado da operação pela Polícia Militar às 5h40.


"Fato lamentável lá do Rio de Janeiro, o cabo bruno de Paula Costa faleceu. Vitimado aí por confronto com bandidos", disse Bolsonaro, em sua transmissão semanal nas redes sociais.


O presidente estava com a foto do policial em mãos e disse ter se emocionado da notícia do "colega paraquedista".


As policiais disseram que das 18 mortes, 16 foram em confronto. O cabo foi baleado enquanto estava trabalhando, em ataque à base da UPP Nova Brasília.

Ele ingressou na polícia em 2014, era casado e deixa dois filhos com diagnóstico de transtorno do espectro autista.


O presidente relembrou da decisão do Supremo sobre restringir operações em comunidades, e disse que a "bandidagem cresce" e a Polícia Militar fica com "dificuldade para combater esses marginais".


"É algo parecido quando a gente via filme de cowboy no passado, quando alguém cometia um crime nos Estados Unidos e ele fugia. Quando chegava no México, a patrulha americana não podia entrar naquele estado, e ele tava em paz no México. A mesma coisa acontece no Rio de Janeiro", disse o presidente.


"Nessas áreas protegidas no Supremo Tribunal Federal, quanto mais protegido, melhores armados vão ficando e quando entram em ação o lado de cá, lado da lei, por muitas vezes sofre baixas como aqui do prezado paraquedista cabo de Paula", completou, prestando seus sentimentos aos familiares do policial.


A ação, que começou no início da manhã, contou com 400 policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil. Também foram utilizados dez blindados e quatro helicópteros.


Comandante do Bope, o tenente-coronel Uirá Nascimento afirmou que a operação foi necessária porque dados de inteligência indicaram que a quadrilha poderia se movimentar e cometer ações criminosas na cidade, como invasão de outras favelas e roubo a bancos.


Segundo ele, os bandidos estavam arregimentados com fardas militares similares às utilizadas pela Polícia Militar e pela Polícia Civil para cometer atentados.


A operação mais letal no estado ocorreu em maio de 2021, na favela do Jacarezinho. Foram mortas 28 pessoas, sendo um policial civil.


Em maio deste ano, operação policial na Vila Cruzeiro, a segunda mais letal, resultou na morte de 23 pessoas. A favela é vizinha ao Alemão, alvo da ação desta quinta-feira.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro e a Ordem dos Advogados do Brasil no estado pediram que o governo do estado reduza em 70% as mortes por intervenção policial no prazo de um ano. As propostas foram encaminhadas ao Palácio Guanabara em junho.


Ao fim de maio, o ministro do STF Edson Fachin decretou que o Governo do Rio de Janeiro ouvisse, em um prazo de 30 dias, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil para concluir o plano de redução da letalidade policial no estado.





Fonte: DA FOLHAPRESS

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