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Quarta - 25 de Setembro de 2024 às 16:11
Por: Por Stephane Gomes*, g1 MT

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Tchélo Figueiredo - SECOM MT

População reclama de passar horas no trânsito na capital de Mato Grosso — Foto: Assessoria

População reclama de passar horas no trânsito na capital de Mato Grosso — Foto: Assessoria


Passar horas no trânsito tornou-se uma realidade angustiante para muitos trabalhadores e estudantes que precisam se deslocar em Cuiabá. Nesta quarta-feira (25), Dia Nacional do Trânsito, o g1 entrevistou alguns trabalhadores para entender essa rotina exaustiva que tem impacto direto no bem-estar, produtividade e na qualidade de vida delas.

A estudante e professora de Balé, Lídia Raquel, de 22 anos, mora no Distrito da Guia, região metropolitana de Cuiabá, e conhece bem as dificuldades de passar longos períodos nos congestionamentos e transportes públicos lotados.

Lídia Raquel, de 22 anos perde mais de 2 horas e meia para chegar na faculdade — Foto: Arquivo pessoal

Lídia Raquel, de 22 anos perde mais de 2 horas e meia para chegar na faculdade — Foto: Arquivo pessoal


Lídia acorda às 5h para chegar na faculdade até 7h30, o que nem sempre acontece devido ao trânsito.

Se eu perco o ônibus, tenho que esperar uma hora para o próximo. É estressante. No início, foi muito difícil, me sentia cansada e desmotivada

— Lídia

Além do cansaço físico, a estudante relata que o tempo perdido afeta sua produtividade acadêmica. Ela já chegou a perder aulas por causa do trânsito. Para tentar aproveitar o tempo no trajeto, a jovem desenvolveu o hábito de ouvir música e revisar textos para a faculdade.

⏰ 21 dias no trânsito

Os desafios enfrentados por Lídia não são únicos. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que moradores de todas as capitais no Brasil perdem cerca de 21 dias, por ano, no trânsito.


Esse dado alarmante reflete a realidade de muitas pessoas que passam cerca de duas horas por dia em deslocamentos para o trabalho ou estudos. Embora a média de tempo no trânsito tenha caído 19% em comparação com 2017, a mobilidade urbana continua sendo uma questão central nas grandes cidades.

A pesquisa também destaca que o 🚍ônibus é o meio de transporte mais utilizado no Brasil, principalmente por pessoas das classes sociais mais baixas.

No entanto, a qualidade do serviço público, incluindo pontualidade e conforto, continua sendo criticada por usuários como Beatriz Mikulski, estudante e servidora pública, de 21 anos, que mora em Várzea Grande, região metropolitana da capital.

"É muito cansativo. Muitas vezes, os ônibus estão sem ar-condicionado e o trajeto se torna um sofrimento. Chego do trabalho exausta”, relatou.
Trânsito atrapalha a rotina de Beatriz Mikulski, de 21 anos — Foto: Arquivo pessoal

Trânsito atrapalha a rotina de Beatriz Mikulski, de 21 anos — Foto: Arquivo pessoal


Impactos na vida e na produtividade

O impacto das horas perdidas no trânsito é sentido pelos cuiabanos, que tentam manter a produtividade.

“Já me perguntei se vale a pena continuar o curso, de tanto que o trânsito afeta minha disposição. Já conversei até com minha psicóloga sobre isso”, ressaltou Lídia.

A pesquisa também aponta que 42% dos usuários de transporte público relatam dificuldade em conseguir emprego por causa do número de conduções que precisam pegar para chegar ao local de trabalho.

Para muitos, como Beatriz e Lídia, a falta de alternativas eficientes e confortáveis de transporte público afeta não só o bem-estar, mas também a qualidade de vida e a capacidade de prosperar em suas rotinas diárias.





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