Fora do Mapa, Neri frisa que 'não faz questão' de contato com Fávaro
O ex-deputado federal Neri Geller (PP) não escondeu a mágoa em relação ao ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro (PSD) após ser demitido do cargo de secretário de Política Agrícola este ano. O desligamento ocorreu durante o polêmico leilão para importação de arroz do governo Federal, que foi cancelado devido à suspeita de fraude.
Durante passagem pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na manhã desta quarta-feira (30), Neri disse que não teve e nem faz questão de ter qualquer tipo de contato com Fávaro desde que foi exonerado da pasta, em junho desse ano.
“Depois que sai do ministério nunca mais conversei com o ministro e nem faço questão”, frisou o ex-parlamentar.
A demissão ocorreu após o governo decidir importar arroz poucos dias depois da enchente que devastou o Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% da safra antes das inundações. Parte do grão foi perdido e o que restou enfrentava dificuldade para chegar ao consumidor por conta da logística travada, o que poderia causar desabastecimento, o que não ocorreu.
Contudo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que havia indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras e decidiu anular o leilão realizado para importar o arroz. Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Isso fez com que a oposição e associações de produtores alegassem um suposto favorecimento e fraude na disputa.
Em razão da polêmica em torno do procedimento, o ministro da Agricultura anunciou a saída de Neri Geller do cargo de secretário de Política Agrícola. Na ocasião o ministro alegou que Neri Geller colocou o cargo à disposição do governo e foi desligado.
No entanto, nos bastidores, informações dão conta que Neri não pediu demissão e sequer foi atendido por Fávaro após a notícia da exoneração.
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