MP denuncia vereador de Cuiabá por esquema com o Comando Vermelho Paulo Henrique (MDB) é apontado como líder de um braço da facção, que lavava dinheiro do tráfico com shows em Cuiabá
O vereador cuiabano Paulo Henrique Figueiredo (MDB) foi denunciado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O parlamentar é apontado como líder de um braço da facção criminosa Comando Vermelho, oonstituída para lavar dinheiro do tráfico de drogas por meio da realização de shows nacionais e eventos, em Cuiabá.
Segundo a Polícia Federal, o vereador utilizava de sua influência junto à Secretaria Municipal de Ordem Pública para facilitar a liberação de licenças para realização de shows e eventos promovidos pela facção na Capital.
Ele ainda intermediou a ligação de servidores públicos com a facção criminosa para fazer "vista grossa" na fiscalização dos eventos, em troca de propina.
Além de Paulo Henrique, também foram denunciados José Márcio Ambrósio Vieira, por lavagem de dinheiro e organização criminosa; José Maria Assunção e Rodrigo Anderson de Arruda Rosa, por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva; e Ronnei Antônio Souza da Silva, por corrupção ativa.
Na denúncia, o Gaeco pede a condenação dos envolvidos e também o ressarcimento dos danos causados.
A estimativa é que a organização criminosa movimentou mais de R$ 20 milhões, em dois anos.
OPERAÇÕES - Na deflagração da Operação Ragnatela, Paulo Henrique foi alvo de busca e apreensão.
Além dele, também estiveram na mira o ex-chefe do Cerimonial da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Rodrigo Legal, DJ Everton Detona, os empresários Willian Gordão e Jardel Pires, promoters, influencer do "tigrinho" Sthefany Xavier e outros.
Já na Operação Pubblicare, foi decretada a prisão preventiva do parlamentar.
Paulo Henrique chegou a ficar cinco dias presos, e foi solto graças a um habeas corpus.
No entanto, foi afastado da função de vereador e ainda está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
Na denúncia, o Gaeco observou que o vereador era o responsável pela distribuição do dinheiro de suborno, com valores variando de R$ 2 mil a R$ 5 mil.Na denúncia,
A quadrilha, que seria comandada pelo parlamentar, segundo investigações da Polícia Civil, chegou movimentar R$ 20 milhões.
Segundo as investigações do MPMT, Paulo Henrique atuaria em benefício do Comando Vermelho na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.
O parlamentar também é acusado de utilizar funcionários “fantasmas”, na Câmara de Cuiabá.
Durante as investigações, a Polícia encontrou várias fotos, na galeria do celular de Paulo Henrique, de cartões de crédito e débito em nome de diversas pessoas.
O vereador foi preso no dia 20 de setembro, durante a Operação Pubblicare, mas foi solto cinco dias depois.
Ao determinar a soltura do vereador, o desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), destacou que o parlamentar era réu primário e “tem condições pessoais favoráveis”.
Foram impostas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e outras.
A AÇÃO POLICIAL - A Operação Pubbblicare, deflagrada no dia 20 de setembro, é um desdobramento da Ragnatela.
Conforme o delegado da Polícia Federal Antônio Flávio Rocha Freire, supervisor da Ficco-MT, as investigações identificaram a participação do vereador Paulo Henrique em reuniões com lideranças do Comando Vermelho no Estado.
“Durante as investigações, percebeu-se que o agente público [o vereador Paulo Henrique] possui uma relação muito próxima com integrantes da facção criminosa investigada na Operação Ragnatela. Identificou-se reunião presencial entre ele e integrantes da facção, inclusive, liderança da facção, presa no Rio de Janeiro enquanto desembarcava no Aeroporto, ainda dentro do avião, pela Polícia Federal”, disse o delegado.
A liderança à qual o delegado se refere é Joadir Alves Gonçalves, conhecido pelo apelido de "Jogador".
As investigações da Ficco-MT o apontam como o líder do esquema criminoso que promovia shows em casas noturnas de Cuiabá e utilizava os valores para lavar dinheiro do tráfico.
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